Reduzir o consumo de água potável para a lavagem de ruas é um dos principais objetivos da Câmara Municipal de Cascais com a sua nova estratégia para a utilização deste escasso recurso. O município apresentou, na quinta-feira, a visão para o futuro hídrico do concelho, que pretende alcançar uma poupança de cerca de 800 metros cúbicos de água potável por dia. “Ficamos, assim, mais preparados e adaptados às alterações climáticas e aos desafios que o futuro nos reserva”, afirmou Luís Capão.
O diretor municipal de Ambiente e Sustentabilidade detalha que a intenção é “promover no concelho a economia circular e a sustentabilidade, com um potencial de poupança de água potável de 800 metros cúbicos por dia”. Com esta nova orientação, a autarquia espera reduzir o consumo de água potável na limpeza de ruas e rega de espaços verdes, à semelhança do que Lisboa já faz em zonas específicas da cidade.
Esta água é reutilizada, ou seja, passa por um processo de tratamento para garantir a segurança dos munícipes. “A partir de agora, as ruas de Cascais, as ilhas ecológicas e os contentores de resíduos, que até aqui eram lavados com água potável, passarão a ser lavados com os camiões-cisterna e varredoras da Cascais Ambiente”, acrescentou Nuno Piteira Lopes. “Este é apenas um passo dos muitos passos da visão para o futuro hídrico de Cascais”, disse ainda.
Mas como é que isto funciona na prática? O sistema de distribuição de Água para Reutilização (ApR) está integrado na rede de recolha, drenagem, elevação ou armazenamento, que permite depois que a água recolhida seja utilizada para a lavagem das ruas, numa primeira fase, mas que deverá chegar também aos parques, jardins e campos de golfe.
O processo decorre na ETAR da Guia, onde é desinfetada com recurso a um “rigoroso processo de tratamento” à base de ultravioletas para eliminar elementos nocivos à saúde e garantir os padrões de qualidade exigidos. Além de evitar o desperdício de água potável em atividades que não exigem o consumo deste recurso, o município consegue também poupar custos e manter a qualidade de serviço, assegura.
“O Plano Estratégico da Água de Cascais é o resultado de um conjunto de políticas que têm vindo a ser implementadas para que Cascais seja mais resiliente e esteja mais adaptado às alterações climáticas”, explica Luís Capão. Para breve, garante o responsável, está a apresentação pública de um Fundo Azul para ajudar as famílias do concelho a reduzir o seu consumo de água e, consequentemente, a factura.
A Câmara Municipal de Lisboa implementou, nos últimos anos, a rede Água+ que conta com 55 quilómetros e saída a partir de três ETARs da cidade – Alcântara, Beirolas e Chelas. Na zona do Parque das Nações, foi instalado um sistema que permite regar parques e jardins com águas residuais. O objetivo é, até 2025, reduzir o consumo de água potável em 75% (cerca de 3 mil milhões de litros).
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