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Cartas ao director | Opinião

Gouveia e Melo populista?

Li com toda a atenção o artigo de Ana Sá Lopes, na edição de segunda-feira do PÚBLICO, da mesma forma que o fiz relativamente à reflexão anterior do almirante Gouveia e Melo (sábado no Expresso), e sinceramente não vejo como este possa ser acusado de populismo ou de ser um candidato antipartidos. Uma coisa é a coabitação desejável entre Presidente e Governo, outra é quando o Presidente, por pertencer a uma determinada família política, possa dar a entender que privilegia essa em detrimento de outras, quando pretenda fazer constar que é de todos os portugueses, quando de facto o não é. O facto de o candidato se apresentar primeiro e o partido o apoiar depois não quer dizer nada. E, aliás, os candidatos conhecidos para já nem esperaram por essa circunstância.

Um Presidente neutral, expurgado de tendências é uma coisa, outra bem diferente é fazer crer que é quando o não é. Na análise do almirante Gouveia e Melo, não vejo nada também que possa ser antipartidos. Do que ele fala é do seu funcionamento e de como se tornaram em agências de empregos e de compadrios políticos.

Alguém tem dúvidas disso? Não conheço o almirante Gouveia e Melo, mas parece-me uma pessoa sensata e empenhada na melhoria do país. Talvez só não sirva àqueles que, embora admitindo que o rei vai nu, não queiram contudo reconhecê-lo.

Eduardo Augusto de Sousa Dias Fidalgo, Lisboa

Tanta riqueza, tanta fome…

Triste realidade a que vivemos actualmente em Portugal. A riqueza está cada vez mais concentrada e, por isso mesmo e pelo facto de muitas pessoas só quererem verdadeiramente explorar o outro, a falta de condições mínimas de vida, habitação e alimentação têm-se agravado.

As barracas estão infelizmente de volta, o que é uma verdadeira catástrofe e vergonha. Como foi possível chegar aqui?

Infelizmente, a realidade é o que é e, olhando para ela, sinto vergonha, na medida em que a Revolução dos Cravos não foi feita para que, quase 51 anos depois, este problema não estivesse resolvido. Como é possível que, em Portugal, mesmo quem tem um trabalho fixo e permanente não consiga viver condignamente? Como é possível que isto seja a realidade de muitas pessoas? Infelizmente e incompreensivelmente no Portugal actual, um trabalho fixo e permanente não é suficiente para ter um tecto e ter alimentação.

Isto dá que pensar, não dá?

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

O consultório Montenegro

Relativamente à polémica com a empresa familiar de Luís Montenegro, preocupa-me pouco o seu possível conflito de interesses com a famigerada Lei dos Solos ou o facto de ele eventualmente parquear a sua participação junto da sua mulher, um primo ou o motorista.

Tão-pouco a primeira questão será conhecer as empresas que recorreram aos seus serviços de consultoria, mas sim a natureza dos mesmos.

Se, por exemplo, a actividade da sua empresa fosse vender sardinhas, os seus clientes trocavam uns tantos euros por umas tantas sardinhas e era claro o que estava a ser transaccionado.

Da mesma forma que não há lojas a venderem simultaneamente sardinhas, raquetes de ténis e impressoras multifunções, um serviço de consultoria é um trabalho especializado. Alguém tem um conhecimento profundo de um dado contexto e esse conhecimento é o valor que é vendido aos seus clientes.

Pelo objecto social da empresa de Luís Montenegro, que inclui “planeamento estratégico, organização, controlo, informação e gestão, reorganização de empresas, gestão financeira, gestão de recursos humanos, segurança e higiene no trabalho, objectivos e políticas de marketing, organização de eventos, protecção de dados pessoais”, não se descobre a especialidade que está em causa, nem o que poderão ser exactamente esses serviços que conseguem fazer entrar em casa do primeiro-ministro umas centenas de milhares de euros.

Qual foi a natureza da contrapartida dessas compras? Em função dessa resposta, poderá ser importante conhecer as empresas que a tal recorreram, mas a primeira questão é esclarecer o que se vende por ali…

Carlos J.F. Sampaio, Esposende

#Cartas #director #Opinião

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