O grupo Vila Galé diz que está a ser impedido de inaugurar um hotel que permitiu recuperar património no centro histórico de Elvas. O Instituto Património Cultural colocou entraves que impedem a obtenção de licença de utilização. A autoridade cultural diz que avisou a tempo mas o grupo hoteleiro considera que é uma situação incompreensível.

Património da Humanidade desde 2012, a cidade fronteiriça de Elvas e as suas fortificações têm ancorado uma crescente procura de turismo, muito focado no património e, por isso, atração natural de investimentos hoteleiros na região.

O grupo Vila Galé fez um hotel no centro histórico e quer expandir negócio num edificado perto da muralha que já recuperou, num investimento total superior a 8 milhões de euros, nas casas de uma antiga fábrica de ameixa, os antigos edifícios do aljube eclesiástico e do antigo Conselho de Guerra do século XVII. Resultou num 4 estrelas da cadeia. A obra foi concluída já depois de avisos de inconformidade.

À SIC, o Património Cultural esclarece que o novo hotel do grupo Vila Galé em Elvas está localizado no centro histórico da cidade, uma área classificada como Património da Humanidade. Isto significa que qualquer intervenção feita deve respeitar regras definidas no Plano de Pormenor de Salvaguarda do Centro Histórico.

Neste projeto, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo identificou uma irregularidade: a construção de uma piscina sem autorização. A legislação proíbe a construção de piscinas nesta zona e, por isso, foi emitido um parecer negativo à obra.

No caso de outras obras paradas do grupo, que conta no portefólio com 18 edifícios históricos recuperados, o Património Cultural detalha irregularidades, como falta de documentação para levantar embargos, o ajuste da volumetria de um restaurante ou projetos paisagísticos capazes.