Tarifas de Trump levam a sangria na Europa. Setor automóvel afunda mais de 5%
Os principais índices europeus viveram o pior dia dos últimos sete meses esta terça-feira, com as ações expostas às tarifas norte-americanas a afundarem-se, à medida que a guerra comercial global se intensifica.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – tombou 2,14%, para os 551,07 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 3,54%, o francês CAC-40 recuou 1,85%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 2,55%, o italiano FTSEMIB cedeu 3,41%, o holandês AEX desceu 1,76% e o britânico FTSE 100 registou perdas de 1,27%.
Durante o dia de hoje, setores vulneráveis a uma guerra comercial, incluindo os fabricantes de automóveis e o setor metalúrgico, afundaram depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter avançado com a imposição de tarifas ao Canadá e ao México, mas também sobre a China.
“Esta mudança de política aumenta a incerteza e introduz riscos adicionais nas cadeias de abastecimento mundiais, em particular nos setores altamente dependentes do comércio transfronteiriço”, explicou à Bloomberg Mathieu Racheter, do Julius Baer. O especialista acrescentou que se espera que a volatilidade se mantenha elevada nos próximos tempos, devido à “crescente incerteza em torno das políticas de Trump e aconselhamos paciência antes de comprar a queda”.
Entre os setores, o automóvel sofreu as maiores perdas e afundou mais de 5%, arrastado por desvalorizações superiores a 10%, no caso da Stellantis, e por perdas que excederam os 4%, no caso da BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen.
Por outro lado, setores com caraterísticas defensivas, como o da alimentação e bebidas, estiveram entre os poucos ganhos, com os investidores a procurarem refúgio num “sell-off” global.
As empresas ligadas ao setor da defesa estiveram igualmente em foco, depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter dito que o bloco irá avançar com 150 mil milhões em empréstimos para aumentar os gastos com defesa, no mesmo dia em que Trump retirou o apoio financeiro dos EUA à Ucrânia.
Nesta linha, destaque para a francesa Thales, que ganhou mais de 2,50%, depois de o “guidance” da fabricante de sistemas aeroespaciais e de defesa ter superado as estimativas do mercado.
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