O café não tende a constar na lista de vícios caros, mas isso pode estar prestes a mudar. Marcas como a Lavazza, a Illy e a Nestlé estão a ponderar subir os preços para os consumidores e os aumentos podem chegar até aos 25%, segundo explicam à Reuters oito fontes da indústria. A culpa é da subida dos preços do café arábica – que no último ano quase duplicou de valor.
A subida de preços está a deixar prateleiras dos supermercados vazias. Isto porque as superfícies comerciais estão a adiar fechar contratos de abastecimento com novos valores até ao limite do necessário – ou seja, até os “stocks” acabarem.
Aconteceu, por exemplo, no supermercado holandês Albert Heijn, de onde várias marcas desapareceran, regressando depois a preços mais altos, após negociações com a empresa de torrefação JDE Peet.
“Os preços de compra da JDE aumentaram significativamente”, indicou à Reuters um porta-voz da Albert Heijn, dizendo, no entanto, que os supermercados vão “absorver parte deste aumento de preços de modo a manter os produtos acessíveis”.
A produção de café arábica tem sido impactada por fenómenos meteorológicos adversos, que resultaram numa subida acentuada dos preços. O grão de café representa cerca de 40% do preço de venda no mercado grossista de uma embalagem de café torrado e moído.
O Brasil produz cerca de metade do café arábica do mundo. Depois de ter sofrido a pior seca de sempre no ano passado, o país viu os preços desta matéria-prima subirem 70%. Este ano, o café arábica já escalou 20%.
No mês passado, os preços mundiais do café voltaram a atingir máximos históricos. O índice composto de preços do café da Organização Mundial do Café atingiu em média 3,54 dólares por libra-peso (equivalente a cerca de 453 gramas), o nível mais alto desde março de 1977 e 94,6% superior ao de fevereiro de 2024.
No entanto, este mês, os preços estão a aliviar, com a Organização Mundial do Café a apontar para um valor médio de 3,49 dólares por libra-peso.
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