A energética espanhola Naturgy voltou a negar o interesse numa fusão com a portuguesa EDP. Questionada pelo Jornal Económico sobre esta possiblidade, a empresa disse: “Da nossa parte desmentimos este tema”. Já a EDP voltou também a rejeitar comentar o tema e a CriteriaCaixa (maior acionista da Naturgy, com 26,7%) otou por não fazer comentários ao assunto. Contactada, também a China Three Gorges (maior acionista do grupo EDP) não se quis pronunciar.
O mesmo aconteceu em outubro de 2024, quando o jornal espanhol Cinco Días deu conta, com base em fontes do mercado, que o CriteriaCaixa estaria a explorar a possibilidade de uma fusão com uma empresa de “utilities” europeia, tendo oferecido “uma integração empresarial ao grupo português EDP”. As fontes citadas descreveram contactos em Lisboa, em que responsáveis da EDP “ouviram com atenção” – no entanto, a proposta não avançou. Nessa altura, a Naturgy disse que “em nenhum momento a empresa manteve contactos com a EDP”.
Agora, o Jornal Económico diz ter apurado que a CriteriaCaixa voltou a explorar a possibilidade de uma fusão com a EDP, no atual contexto de queda dos títulos e de insatisfação com a gestão de Miguel Stilwell d’Andrade. O contacto com os acionistas da elétrica portuguesa – nomeadamente a chinesa CTG – aconteceu no contexto da Assembleia Geral que teve lugar esta quinta-feira, em Lisboa. A Portugal veio o presidente da CTG e o CEO da CTG Europa, o espanhol Ignacio Herrero Ruiz.
Segundo fontes com conhecimento do processo, citadas pelo Econónimo, o Governo português também terá sido abordado informalmente.
Também no último trimestre do ano passado, surgiram notícias de que a elétrica britânica SSE rejeitou uma proposta de fusão da EDP, depois de as duas energéticas terem discutido o assunto, notíciou a Reuters, citando fontes próximas do assunto. Se o negócio tivesse avançado, teria sido criada uma das maiores empresas do setor das “utilities” (luz, água e gás), com um valor de mercado superior a 40 mil milhões de euros.
“Não acreditem em tudo o que leem nos jornais, por favor”. Recusando comentar aquilo que classifica como “rumores”, esta foi a resposta do CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, às questões dos analistas sobre o tema. Ainda sobre sobre fusões – neste caso da EDP com a EDP Renováveis – o responsável disse esta semana que esse é um cenário que “nunca estará fora da mesa”. “Por definição, nunca excluímos nenhuma transação. Reconhecemos que a EDPR tem uma ação mais volátil, com dias bons e maus, e irá flutuar ao longo do tempo, consoante os diferentes ciclos e o sentimento do mercado”, respondeu o responsável, reafirmando que está “bastante confortável” com a estrutura do grupo.
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