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Hermès torna-se campeã do luxo nos mercados financeiros e destrona Louis Vuitton – Mercados

A Hermès International superou, pela primeira vez, a LVMH em valor de mercado, atingindo os 243,65 mil milhões de euros e ultrapassando brevemente os 243,44 mil milhões da gigante do luxo liderada por Bernard Arnault. A reviravolta histórica acontece 15 anos depois de Arnault, o bilionário CEO da LVMH, ter tentado uma aquisição hostil da Hermès, que foi fundada em 1837 como fornecedora de artigos equestres de luxo.

A ultrapassagem surge num momento de fragilidade para a casa mãe da Louis Vuitton, cujas ações caíram até 8,4% após resultados desapontantes no primeiro trimestre de 2025, penalizados pela desaceleração da procura na China e nos Estados Unidos, bem como pelas crescentes incertezas em torno de tarifas comerciais. “A magnitude da deterioração na principal divisão da LVMH, moda e artigos em pele, foi surpreendente”, afirmou, citada pela Bloomberg, Louise Singlehurst, analista do Goldman Sachs, que reviu em baixa o preço-alvo da ação de 725 para 630 euros.

Em contraste, a Hermès tem resistido melhor ao abrandamento no setor do luxo, mantendo a sua estratégia de exclusividade e escassez controlada. A marca conseguiu manter uma procura contínua por artigos como as icónicas carteiras Birkin e Kelly, que continuam a esgotar nas lojas e atingem preços astronómicos no mercado de revenda. “Esta valorização valida a nossa decisão de manter a independência”, disse Axel Dumas, CEO da Hermès e herdeiro da sexta geração da família.

Em 2010, Bernard Arnault revelou ter adquirido silenciosamente uma participação significativa na Hermès, o que levou a família fundadora a unir-se para o forçar a desfazer-se das ações nos anos seguintes. Arnault foi então apelidado de “o lobo em caxemira” pelos meios franceses.

Apesar de a LVMH continuar a liderar em volume de negócios — 84,7 mil milhões de euros em 2024, com um lucro operacional de 19,6 mil milhões —, a Hermès destaca-se na rentabilidade e valor por produto, com vendas de 15,2 mil milhões e um lucro operacional de 6,2 mil milhões no mesmo período.

Para os analistas, o chamado “desconto de conglomerado” pode estar a pesar sobre a LVMH, cujas marcas menos lucrativas, como a cadeia de cosméticos Sephora, contribuem menos para a rentabilidade global do grupo. Segundo Zuzanna Pusz, analista da UBS, “as vendas foram muito mais fracas do que o esperado, impulsionadas por uma forte desaceleração na China”. O sentimento foi partilhado por vários analistas, com múltiplos cortes nas estimativas de lucros e avaliações de preço-alvo para a LVMH.

A Hermès e a L’Oréal, outra gigante do setor, apresentarão os seus resultados trimestrais esta quinta-feira, dia 17 de abril, enquanto a Kering divulgará os seus números no dia 23. A performance da Hermès será agora acompanhada de perto como barómetro da resiliência do segmento de luxo mais exclusivo num contexto de incerteza global.

Nos mercados, esta manhã, pelas 10h00 (hora de Lisboa), a Hèrmes cedia 0,43%, enquanto a LVMH tombava 6,88%.



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