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Acusações de traição entre opositores na Venezuela levam à expulsão de Capriles | Venezuela

O partido da oposição venezuelana Primeiro Justiça (PJ) anunciou na segunda-feira a expulsão do líder político Henrique Capriles, candidato presidencial em 2012 e 2013, e de outras cinco figuras do partido, acusados de “trair a unidade e o mandato popular” por terem anunciado a intenção de participar nas eleições legislativas e regionais de 25 de Maio.

A formação política informou, através de um comunicado no seu perfil na rede social X, que, para além de Capriles, são expulsos o antigo secretário-geral do partido Tomás Guanipa; uma das suas fundadoras, Amelia Belisario; o coordenador político nacional Ángel Medina; o antigo governador de Zúlia Pablo Pérez; e um dos líderes da oposição durante os protestos de 2014, Juan Requesens.

O PJ considerou que “é particularmente ultrajante e escandaloso que figuras como” Capriles e Guanipa tenham levado a cabo “negociações com o regime” de Nicolás Maduro e tenham “sido selectivamente habilitados, apesar de estarem desqualificados até há poucas horas, e tenham beneficiado de um cartão de recenseamento, enquanto os partidos legítimos do país continuam a ser perseguidos e sequestrados pelo poder”.

“Tudo isto acontece enquanto há presos políticos, companheiros de partido perseguidos, torturados, na clandestinidade ou no exílio por pensarem de forma diferente”, denuncia o PJ, explicando que a decisão de os expulsar responde à “sua participação activa num evento organizado fora da unidade democrática, em aberta contradição com o que foi aprovado pela Comissão Política Nacional” e ratificado pela Direcção Nacional.

De acordo com o partido, “com as suas acções”, os dirigentes agora expulsos “decidiram desviar-se do caminho definido pela Plataforma de Unidade Democrática do presidente eleito, Edmundo González Urrutia, e pela direcção de María Corina Machado”. “Este não é um facto isolado. Desde as primárias, (…) têm adotado uma posição que se afasta progressivamente do mandato expresso por milhões de venezuelanos”, afirmou.

Capriles ignora decisão

Capriles, que se demitiu em Setembro de 2024 da direcção do partido, no meio de críticas ao fundador Julio Borges, disse desconhecer “qualquer tipo de anúncio vindo” da formação – que considera estar “sequestrada” por Borges – que “procura favorecer uma agenda que até agora só mostrou inacção”.

“Não há autoridade para exercer expulsões por participação eleitoral, nem regulamentos que sejam respeitados, muito menos o espaço que deveria ter existido para debater, como partido, a visão sobre a participação eleitoral nos momentos mais complexos que o país enfrenta”, indicou, sublinhando que “o respeito pelas ideias dos outros é a base fundamental para um diálogo construtivo”.

Sublinhou ainda que “o voto é uma ferramenta de luta” e que não vai “deixar de o exercer para conseguir a mudança”, argumentando que as eleições presidenciais de 28 de Julho de 2024 “representam o acontecimento político mais importante dos últimos anos, precisamente por causa do voto, o mesmo” que jurou defender e que “simboliza” a sua esperança de “conseguir um país melhor para os venezuelanos”.

“Acreditamos firmemente que o nosso dever é acompanhar os venezuelanos na procura de mudança e que isso significa persistir no nosso direito de voto. É por isso que não aceitamos que uma direcção que responde ao Sr. Julio Borges, sem a legitimidade concedida pelas bases do partido, tente privar-nos da nossa vocação de luta democrática, essa luta pelo voto e pela mudança na Venezuela”, acrescentou Capriles.

No entanto, assegurou que “aqueles que optarem pela abstenção” têm o seu respeito, razão pela qual exigiu “respeito” pela sua “firme convicção de lutar pelo voto sempre que for possível”. Para o antigo candidato presidencial, “a abstenção e o imobilismo só beneficiam a tragédia que Nicolás Maduro representa para os venezuelanos. Não é verdade que votar significa desistir da luta de 28 de Julho.”

Guaidó lamenta decisão de Capriles

Para Juan Guaidó, referência da oposição venezuelana que em 2019 se autoproclamou presidente interino e foi reconhecido por muitos países como tal, incluindo Portugal, defendeu que “aquele que foi por duas vezes candidato presidencial da oposição pôs um fim definitivo à sua carreira como referência democrática, ao inscrever-se numa lista inconstitucional, dividir o partido que fundou e insistir em participar num processo fraudulento”.

“Este é um facto lamentável que merece reflexão. A ditadura conseguiu, como numa experiência de condicionamento, subjugar alguém que outrora foi um símbolo de luta. Reduziu-o a uma peça funcional dentro de um sistema que procura perpetuar-se”, declarou, depois de afirmar que “enfrentar uma ditadura é um caminho longo, complexo e muitas vezes doloroso”.

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