A Altice Portugal encerrou a operação de 2024 com receitas de 2.775 milhões de euros, num valor em que pesa a Altice Labs e exclui a empresa Geodesia, que reportava a Portugal até ao terceiro trimestre.
“No terceiro trimestre de 2024, a Geodesia Internacional (FTTH na Alemanha) deixou de fazer parte do perímetro da Altice Portugal e os números foram formados em conformidade para permitir uma comparação justa com os períodos anteriores”, explica fonte oficial da Altice ao Negócios.
Assim, e excluindo esta mesma operação, as receitas da empresa de telecomunicações tinham encerrado nos 2.755 milhões de euros em 2023, reportando um crescimento de 0,7%. Contudo, uma vez que a empresa estava operacional e reportava a Portugal, a Altice Portugal revelou receitas de 2.906 milhões de euros em 2023.
Os resultados dos primeiros nove meses do ano apresentavam receitas de dois mil milhões, que perfaziam um aumento de 4,6% e já não incluíam esta mesma empresa.
A dona da Meo revela que o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da empresa caiu 1,2% para 994 milhões de euros no acumulado de 2024. Sem o peso da Altice Labs, o EBITDA cresceu 3,3%.
De acordo com a empresa liderada por Ana Figueiredo, a Altice Labs tem vindo a ter um desempenho insatisfatório, devido à quebra da venda de equipamentos e hardware, que tem caído a nível mundial.
Sem a operação de inovação, os serviços de telecomunicações, a diversificação do portefólio e o negócio de energia conseguiram impulsionar os resultados da empresa. A dona da Meo terminou o ano com um investimento global de 422 milhões de euros.
“Vivemos um momento de transição na indústria das telecomunicações. A digitalização, a Inteligência Artificial e a necessidade de infraestruturas mais eficientes e sustentáveis estão a redefinir o papel dos operadores. O setor deixou de ser apenas um prestador de serviços de comunicação para se tornar um facilitador essencial da economia digital e da sociedade conectada. A Meo tem abraçado esta mudança, transformando-se de telco para techco, diversificando a sua oferta de serviços e ampliando o seu impacto para além das telecomunicações tradicionais, a setores como ICT, Segurança, Cloud e Inteligência Artificial”, sustenta a CEO, citada em comunicado.
“A expansão da fibra ótica e a consolidação da liderança no 5G são reflexo dessa aposta estratégica, que posiciona Portugal na vanguarda da conectividade. E este é um processo contínuo, com os olhos postos nas novas tecnologias e na cada vez mais rápida obsoletização das tecnologias anteriores”, acrescenta Ana Figueiredo.
Quarto trimestre cresce apoiado no consumo e empresas
As receitas da Altice Portugal no quarto trimestre cresceram 3,1% para 726 milhões de euros em relação ao período homólogo. O segmento de serviços empresariais disparou 7,9% para 381 milhões de euros e o segmento de consumo cresceu 7,7% para 344 milhões de euros no último trimestre do ano.
A dona da Meo conseguiu aumentar os clientes dos serviços fixos para 6,1 milhões, enquanto a base de clientes de televisão por subscrição e conectividade subiu 2,3% e 2,8% para um total conjunto de 1,9 milhões.
Já os clientes móveis cresceram até aos 5,3 milhões, tendo visto um acréscimo de 50 mil clientes entre trimestres.
O EBITDA atingiu os 231 milhões de euros entre outubro e dezembro, significando uma redução de 5,4% face ao mesmo período de 2023, pesando o desempenho do Altice Labs. O investimento ascendeu a 129 milhões de euros nos meses em análise.
Sem incluir aquela que foi em tempos a joia da coroa da Altice Portugal, o EBITDA reduziu-se em 0,4% “em resultado do impacto favorável nas receitas, decorrente da dinâmica operacional de expansão da base de clientes e RGUs, do crescimento do respetivo ARPU e da diversificação de portefólio, em novos negócios não telco”.
A Altice Portugal terminou o ano a equipar um total de 6,5 milhões de casas com fibra ótica.
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