Ao longo dos seus curtos anos de existência, o Chega alinhavou um programa económico com o formato de uma esponja onde tanto cabiam cortes de impostos liberais como odores proteccionistas da direita pura e dura. A guerra das tarifas desencadeada por Donald Trump levou o seu líder, André Ventura, para um novo patamar. É vê-lo agora a empunhar o bordão da autarcia e do nacionalismo económico para defender tarifas. Ou revê-lo tão perto do profeta do ideário do MARA (Make América Rich Again) que até se afasta da extrema-direita europeia. Ventura, cabeça, tronco e membros da terceira força política do país, sentiu que já não bastam declarações panfletárias ou xenófobas para manter as suas expectativas, percebeu que as invectivas contra os corruptos ou os ladrões já cansam, deu conta que o tom eriçado da zaragata o colocava refém do eleitorado da taberna do Portugal antigo. Vai daí, quer importar para o rectângulo pátrio a receita agressiva e estúpida que Donald Trump inventou e teve de suspender por 90 dias.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue – nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para [email protected].
#Ventura #tirou #máscara #viuse #Donald #Trump #Opinião