A Teixeira Duarte registou no ano passado lucros de 26 milhões de euros, que comparam com o prejuízo de 12 milhões apurado em 2023 e representam o melhor resultado líquido do grupo dos últimos nove anos.
Apesar de só ter prevista a publicação dos documentos de prestação de contas do ano passado, o grupo explica no comunicado que divulgou esta quinta-feira que entendeu oportuno divulgar ao mercado alguns valores consolidados já apurados em antecipação à aprovação final.
Nesse sentido, adiantou que o volume de negócios somou 775 milhões de euros no ano passado, mais 8 milhões do que em 2023, tendo o mercado interno representado 42%. Por outro lado, o setor da construção contribuiu com 56% do volume de negócios total.
Em dezembro, a carteira de encomendas do grupo para o setor da construção atingiu os 1.540 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 43% face a 2023 quando se situava em 1.080 milhões. Só o projeto da alta velocidade ferroviária, em que o grupo está envolvido no âmbito do consórcio Lusolav, liderado pela Mota-Engil, representa 26% da carteira.
O EBITDA registou um aumento de 36% face ao ano anterior, totalizando 105 milhões de euros, o que representa o valor mais elevado dos últimos cinco anos. Por seu lado, o EBIT ascendeu a 70 milhões, mais 32 milhões em termos homólogos.
Os rendimentos operacionais atingiram 843 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 30 milhões de euros, ou seja, menos 3% face a 2023.
A dívida financeira líquida fixou-se nos 643 milhões de euros no final de 2024, o que se traduz numa diminuição de 4 milhões de euros, sendo que o financiamento bancário bruto teve uma redução de 16 milhões. A autonomia financeira fixou-se em 11,5% em dezembro do ano passado, aumentando 1,7 pontos percentuais face ao final do ano anterior.
A trajetória de crescimento que o grupo registou em 2024 – designadamente o resultado líquido de 26 milhões atribuível a detentores de capital, depois de três anos consecutivos de prejuízos – terá contribuído para o fecho do acordo com a banca que a Teixeira Duarte anunciou no final de março.
Nessa altura o grupo adiantou ter firmado um acordo com o BCP, CGD e Novo Banco para o refinanciamento da dívida, tendo ficado prevista a celebração de dois novos contratos de financiamento no valor de 654,4 milhões de euros, assim como uma nova linha de garantias bancárias até 190 milhões. Ao Negócios, a Teixeira Duarte revelou então que a maturidade média da dívida passará a ser “superior a 10 anos” e com este acordo “prevê manter o nível médio dos custos de financiamento de 2024”.
O acordo prevê ainda que uma das tranches dos novos contratos de financiamento, no montante de 78,3 milhões, seja integralmente amortizada com a entrega de ações de cinco sociedades de investimento coletivo imobiliárias a serem constituídas através da transformação de cinco sociedades imobiliárias do grupo, que aponta a concretização desta transação ainda para este ano.
Na sequência desta amortização, a dívida bruta da Teixeira Duarte aos bancos será reduzida de 654,4 milhões para 576,1 milhões de euros.
#Teixeira #Duarte #passa #prejuízos #lucros #milhões #Construção