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Nova sonda da ESA vai ajudar a combater a desflorestação a partir do espaço

Olhares pelo Mundo

Uma missão espacial parte ainda este mês para fornecer dados essenciais para combater as alterações climáticas.

A missão Biomass, da Agência Espacial Europeia, está prestes a ser lançada para mapear a quantidade de carbono armazenado nas florestas tropicais e monitorizar os impactos da desflorestação. O objetivo é ajudar a travar a desflorestação e melhorar os modelos climáticos.

A ESA prepara-se para lançar uma nova sonda que vai observar as florestas tropicais mais densas do mundo. A Biomass promete fornecer dados essenciais sobre o carbono armazenado pelas árvores, contribuindo para o combate às alterações climáticas.

“As florestas estão ameaçadas. Precisamos destes dados”, sublinha Michael Fehringer, gestor do projeto Biomass da ESA.

“Toda a gente sabe e ouve, praticamente todos os dias, nas notícias, a ameaça das alterações climáticas para a humanidade. Esta missão vai fornecer dados para combater as alterações climáticas e vai fornecer informações aos políticos para a tomada de decisões. Por isso, é absolutamente oportuno fazê-lo agora”.

Observar o ciclo do carbono a partir do espaço

A missão vai ajudar os cientistas a compreender melhor o papel das florestas no ciclo global do carbono. Ao absorverem dióxido de carbono da atmosfera, as florestas ajudam a equilibrar o clima. Mas quando são destruídas, libertam esse carbono de volta para a atmosfera.

“Preocupamo-nos com a floresta. A floresta é o pulmão do nosso planeta. E o que nos interessa particularmente é obter informações sobre o fluxo do ciclo do carbono. Assim, o que queremos medir é a quantidade de combustível fóssil que é queimado e produz CO₂, a quantidade que vai para as florestas e aí permanece e é capturada. E fazemos vários mapas ao longo dos anos para ver as alterações. É esse o principal objetivo da missão”.

Um radar capaz de ver através da floresta

A sonda Biomass será equipada com um novo radar que utiliza tecnologia de interferometria. Este instrumento consegue medir o volume e a altura das árvores, mesmo sob copas densas, o que permite estimar com precisão a quantidade de carbono armazenado.

“Quando se sobrevoa uma floresta com um instrumento ótico, só se vêem as folhas. O que nos interessa é a quantidade de madeira — e, por isso, de carbono — aí armazenada, o que não é fácil de fazer. É necessário obter o volume das árvores. Com a interferometria conseguimos detetar a altura das árvores e, com esses dados, estimar o volume e o peso da madeira.”

Monitorizar a desflorestação em tempo real

A Biomass vai recolher dados ao longo de vários anos sobre as florestas tropicais da América do Sul, África e Sudeste Asiático. Estes dados vão permitir monitorizar a desflorestação com uma precisão sem precedentes.

Todos os anos, as florestas absorvem cerca de 8 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono. No entanto, a desflorestação está a inverter esse processo. Segundo a ESA, esta missão será uma ferramenta essencial para perceber o que está a ser destruído – e com que rapidez.

“Em primeiro lugar, vão melhorar a modelação do clima, o que é necessário para resolver a questão e o problema. Assim, estarão lá para monitorizar também a desflorestação — o que é cortado — e nós também poderemos ajudar a monitorizar muitos destes programas. Por exemplo, as Nações Unidas têm programas de reflorestação e querem saber, com precisão, o que está a crescer e quais são as contribuições.”

Um contributo para a ciência e para as políticas ambientais

Michael Fehringer acredita que a missão será essencial para compreender o impacto das alterações climáticas nas florestas e apoiar políticas mais eficazes de conservação.

“A desflorestação em curso na Amazónia e nas florestas tropicais está a progredir a um ritmo enorme, e a Biomass é provavelmente a ferramenta mais precisa para medir isso diariamente.”

Os dados recolhidos pela sonda serão partilhados com cientistas, decisores políticos e organizações internacionais. A expectativa é que ajudem a delinear estratégias eficazes de combate às alterações climáticas e de proteção dos ecossistemas florestais.

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