❌ “Na cirurgia oncológica, das mais graves do país, há mais de 1000 pessoas para além do tempo de espera. Para ter a primeira consulta há um rácio de 80% de doentes oncológicos que ainda não conseguiram ter a primeira consulta” — André Ventura
Os números mais recentes desmentem André Ventura. Em Janeiro deste ano, registavam-se 361 doentes oncológicos à espera de cirurgia para além do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), adianta o Diário de Notícias.
O número a que se refere o líder do Chega é, provavelmente, o de Novembro de 2024, quando aguardavam pela cirurgia mais do que o tempo de resposta clinicamente aceitável 1082 pessoas, confirmou a Direcção Executiva do SNS ao Observador.
Sobre o tempo de espera para a primeira consulta, os dados a que se refere Ventura também são do segundo semestre de 2024, estando por isso agora desactualizados. A 17 de Abril deste ano, a Liga Portuguesa Contra o Cancro alertava para esta situação, afirmando que 80% dos doentes oncológicos ultrapassaram os prazos máximos previstos para a realização da primeira consulta.
De acordo com um relatório de monitorização dos tempos de espera das cirurgias oncológicas, para 21,5% dos doentes operados nos hospitais públicos, os tempos de espera foram, efectivamente, superiores aos definidos por lei para o seu nível de prioridade.
✔️ “Subimos o CSI [Complemento Solidário para Idosos] duas vezes. Primeiro aumentamos para 600 euros e agora com este OE [Orçamento do Estado] aumentamos para 630 euros. Ainda demos suplemento extraordinário de 200 euros nas pensões até 509 euros” — Luís Montenegro
Tal como disse Luís Montenegro, o Complemento Solidário para Idosos (CSI) teve dois aumentos durante a legislatura do Governo encabeçado pelo agora candidato social-democrata. Primeiro, em Junho de 2024, aumentou para 600 euros, uma subida de 50 euros face à prestação praticada antes, de 550,67 euros.
Seguiu-se uma nova subida com a aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 2025. A portaria foi publicada em Diário da República a 3 de Dezembro de 2024. Traduziu-se num aumento de 30 euros, estabelecendo este apoio em 630 euros.
Montenegro referiu ainda um suplemento extraordinário, que também se verificou. Arrancou em Outubro de 2024 e chegou a 2,4 milhões de pessoas, sendo que um milhão recebeu o valor mais alto, de 200 euros.
O montante atribuído estava relacionado com o valor bruto das pensões recebido por cada pensionista, sendo de 200 euros para quem tem uma pensão de 509,26 euros; de 150 euros para os que têm reformas entre 509,26 euros e 1018,52; e de 100 euros para os que recebem entre 11018,52 euros e 1527,78 euros.
✔️ “André Ventura passou 17 anos da vida adulta no PSD. Andava de bandeirinha na mão e até achava que o melhor líder é o que está à sua frente” – Luís Montenegro
É verdade. De facto, André Ventura filiou-se nos sociais-democratas ainda no tempo da JSD. Entrou em 2001, como surge mencionado na análise do MediaLab do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa intitulado “André Ventura: a criação da celebridade mediática”, feito em 2021 a propósito das eleições presidenciais. A mesma análise indica que Ventura se desfiliou do partido em 2018. Saiu em Outubro, depois de ter terminado o processo de recolha de assinaturas que visava a convocatória de um congresso extraordinário para destituir o então líder do PSD, Rui Rio. O nome do movimento que criou para recolher essas assinaturas – “Chega” – passou a ser a designação de uma nova força polícia que de facto veio a criar.
E também é verdade que na altura disse que Luís Montenegro seria a única solução. “Vou liderar [um pedido] de congresso destitutivo. Depois é com os militantes. E tenho dito que o dr. Luís Montenegro é agora a única solução e não pode virar as costas ao PSD nesta altura”, disse numa entrevista ao jornal i, em Setembro de 2018, quando era vereador da Câmara de Loures.
⚫“Sessenta metros quadrados em Lisboa, de arrendamento, custam em média 1300 euros. No Porto, custam 1050 euros” — Mariana Mortágua
A crise de habitação foi, sem surpresas, trazida para cima da mesa, com Mariana Mortágua a sublinhar que as pessoas não conseguem pagar o valor actual dos arrendamentos. Concretizou o problema em números, apontando que uma casa com 60 metros quadrados custa 1300 euros em Lisboa e 1050 no Porto.
Será verdade? Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) são de 2024 e apontam os 15,93 euros como valor da mediana por metro quadrado em Lisboa e os 12,58 euros no Porto. Feitas as contas, isto representa 955,80 e 754,80 euros por mês, no caso de Lisboa e Porto, respectivamente.
Mas consultando uma avaliação mais recente de um portal imobiliário como o Idealista, que considera os preços de anúncios de arrendamento para aferir o valor do metro quadrado, é possível verificar, no entanto, que estes números já não correspondem ao valor de mercado actual. Usando preços médios (e não o valor da mediana como é a prática do INE), a plataforma considera que, em Março de 2025, o preço médio por metro quadrado em Lisboa é de 20,2 euros e no Porto 15,6 euros.
Assim, uma habitação de 60 metros quadrados custará, na capital, 1212 euros, e no Porto 936 euros, valores relativamente próximos dos que foram referidos no debate pela líder do Bloco de Esquerda.
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