É uma das definições de “político” de que mais gosto. Li-a (ou ouvi-a) já não me lembro bem onde nem quando e já perdi horas, sem sucesso, à procura da origem desta pequena parábola que diz mais ou menos isto: “Um político é alguém que, estando num barco cheio de pessoas em alto mar, em determinado momento inventa uma enorme tempestade e diz que só ele sabe como salvar toda a gente”. Não interpreto esta imagem como uma desvalorização da política nem dos políticos; nem como um atestado de vendedor-da-banha-da-cobra a quem faz da política a sua vida, muito pelo contrário: ela simboliza, com o simplismo e a sabedoria das tiradas populares e das frases feitas, a arte de fazer política. Ou seja, a arte de convencer o outro de que as nossas soluções, as nossas políticas, são melhores do que as dos demais para resolver problemas; e de que nós somos a pessoa ideal (a única, a mais bem preparada, a eleita) para pôr em prática essas soluções. Para orientar o barco. Para governar um país.
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