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Porque é que Luís Montenegro revelou sete novos clientes da empresa agora detida pelos seus filhos momentos antes do debate contra Pedro Nuno Santos? O primeiro-ministro garante que se limitou a cumprir as exigências da Entidade para a Transparência, apesar de considerar que não tinha obrigação de o fazer.
Luís Montenegro assegura que a empresa Spinumviva prestou “serviços muito limitados” a duas empresas que receberam mais de 90 milhões de euros em contratos com o Estado durante o atual Governo.
“Os contratos que essas empresas têm com o Estado não dependem de mim, nunca dependeram de mim e, portanto não admito a ninguém sequer essa insinuação”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas, à margem das celebrações de 25 de Abril nos jardins do palacete de São Bento.
O Correio da Manhã noticia esta quinta-feira que dois clientes da empresa da família de Luís Montenegro ganharam mais de 90 milhões de euros em contratos com o Estado durante o atual Governo.
Em causa estão a ITAU, do setor da restauração, e a INETUM, da área da informática, que em menos de um ano de Governo da AD viram a respetiva faturação disparar com a venda de serviços a entidades publicas como a CP ou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
As informações foram obtidas através da consulta do Portal BASE, que centraliza a informação sobre os contratos públicos celebrados em Portugal, já depois da atualização da declaração de interesses que Luís Montenegro fez à Entidade da Transparência esta quarta-feira.
Sete novos clientes
A poucas horas de debater com Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro substituiu a declaração de interesses no Portal da Transparência, agora com sete novos clientes da empresa da família.
O primeiro-ministro rejeita que o timming tenha tido uma motivação política, argumentando que se limitou a responder ao que foi pedido.
“Foi a entidade que solicitou e eu cumpri essa solicitação, apesar de ter até um entendimento diferente: eu achava que não tinha de entregar aqueles elementos (…) independentemente de discordar, cumpri.”
Luís Montenegro reitera ainda que foi a entidade para a Transparência a estabelecer o prazo para entrega da documentação, garante que nada teve a ver com a divulgação dos novos clientes da empresa Spinumviva.
“Quero aqui afirmar solenemente: a informação que foi publicitada não tem a mínima intervenção da minha parte. Por mim não era pública sequer.”
Além dos cinco clientes da Spinumviva já conhecidos, há agora mais sete:
Rodáreas
ITAU
Sogenave
Portugalenses Transportes
Beetsteel
INETUM Portugal
Grupel SA
A Rodáreas, a primeira da lista, pertence ao Grupo Joaquim Barros Rodrigues e Filhos, a gasolineira de Braga que foi o principal cliente da empresa Spinumviva.
Montenegro justifica, na nova declaração, que fez trabalho de consultoria de gestão para a Portugalenses Transportes e para a Beetsteel. Nas restantes empresas, forneceu serviços de proteção de dados.
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