Até esta final do campeonato nacional de voleibol, o Benfica tinha conquistado seis edições consecutivas. Tinha 26 vitórias em 27 jogos no campeonato. Tinha a possibilidade de passar a ser a segunda equipa mais titulada em Portugal. Tinha uma vantagem de 2-0 numa final à melhor de cinco jogos. E tinha até uma vantagem de 1-0 em sets no jogo decisivo.
Perante tudo isto, o Sporting decidiu virar o mundo ao contrário. Primeiro, reduziu a final para 2-1. Depois, igualou 2-2. Nesta terça-feira, fechou o 3-2 com um 3-1 no derradeiro jogo (25-21, 24-26, 23-25, 20-25), mostrando uma superioridade quase total depois de até perder o primeiro set. Pelo passado de quem tudo ganhava, pelo passado mais recente de quem viveu uma época de vitórias e pelo presente de quem já tinha um 2-0 na final e um 1-0 em sets na “negra”, tudo apontava para o Benfica. No fim de contas, deu Sporting, que não era campeão desde 2018.
Nesta terça-feira, o pavilhão n.º2 da Luz teve de assistir à festa “leonina” numa noite que inevitavelmente carrega um simbolismo – daqui a quatro dias haverá novo derby na Luz, mas dedicado ao desporto que mais move estes clubes.
Esta conquista permite ao Sporting chegar aos sete títulos (mantém a posição de sexta mais titulada, atrás de Espinho, Técnico, Benfica, FC Porto e Leixões) e voltar à conquista do título depois do conquistado em 2017/18.
Benfica começou na frente
No primeiro set, fechado com 25-21, houve um domínio mais ou menos constante do Benfica. A equipa “encarnada” abriu uma vantagem de cinco pontos que foi gerindo durante quase todo o parcial, uma diferença suportada sobretudo pela defesa.
É no ataque que se ganham pontos, mas as situações de remate foram promovidas sobretudo por grandes momentos de defesa: defesa alta, com alguns blocos importantes, e defesa baixa, com eficácia do líbero e até de jogadores inesperados nesse labor, como Banderó.
O segundo parcial foi bem diferente. Com ponto cá, ponto lá, as equipas estiveram quase sempre equilibradas, até por haver mais erros técnicos de parte a parte. A emoção vinha do equilíbrio, mas também de uma mão cheia de pontos longos e com bolas salvas no limite.
O Benfica colocou, depois, Edson Valencia na berlinda: o oposto “leonino” falhou no serviço, falhou logo a seguir no remate e o Benfica enviou, depois, duas bolas contra o venezuelano.
Parecia que ia “embalar”, mas o Sporting melhorou bastante a eficácia no ataque e a partida resolveu-se nas vantagens. Valência, que tinha falhado bastante, acabou a ser herói com uma bola que bateu na rede e caiu para o 26-24.
Repetição no terceiro parcial
O terceiro set foi mais linear – sem tantas falhas e tanta emoção. Os pontos foram construídos de forma mais natural, com recepção, distribuição e remate – ou, se quisermos, sem especial força defensiva do lado de lá da rede.
Houve equilíbrio até aos 12-12, mas o Benfica abriu depois uma vantagem de quatro pontos. Depois, repetiu-se o cenário do segundo set: o Benfica começou a errar – alguns erros não forçados – e a dar confiança ao Sporting, que acabou o set por cima mentalmente, fechando em 25-23.
O quarto parcial foi uma “morte lenta” para o Benfica. A equipa estava claramente abatida psicologicamente, algo que tinha impacto na confiança com que os ataques saíam e no excesso de erros técnicos. O Sporting parecia calmo e conquistou um triunfo claro
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