A justiça britânica acusou um dos membros da banda Kneecap, um trio de rappers irlandeses, pelo crime de terrorismo, depois de este ter segurado uma bandeira do grupo libanês Hezbollah em palco, informaram as autoridades inglesas esta quarta-feira, 21 de Maio.

A acusação refere-se ao momento em que Liam O’Hanna, conhecido pelo nome artístico Mo Chara, exibiu a bandeira amarela e verde do Hezbollah durante um concerto dos Kneecap na O2 Arena, em Londres, em Novembro de 2024.

Meses mais tarde, em Abril, a unidade de contraterrorismo da polícia londrina teve conhecimento de um vídeo divulgado online ​que mostrava esse momento do concerto e decidiu abrir uma investigação ao caso. Na mesma altura, os rappers subiram ao palco do festival de música norte-americano Coachella, noutra actuação que correu as redes sociais — desta vez, pela exibição de mensagens pró-Palestina e de condenação do Governo dos Estados Unidos pela aliança com Israel.

Segundo justifica a Polícia Metropolitana de Londres, O’Hanna, de 27 anos, exibiu a bandeira do Hezbollah “de uma forma ou em circunstâncias susceptíveis de levantar legítimas suspeitas de que é apoiante de uma organização proibida”.

Em Outubro de 2023, o grupo xiita garantiu ao povo palestiniano e ao Hamas, seu aliado: “As nossas armas e os nossos rockets estão com vocês.” Desde então, os combatentes libaneses apoiados pelo Irão passaram meses debaixo de fogo na fronteira com Israel, em confronto com os soldados israelitas.

Contactada pela Reuters, a banda Kneecap ainda não reagiu à acusação. O’Hanna deverá ser ouvido no tribunal de Westminster a 18 de Junho.

O último comunicado do trio sobre o assunto foi publicado em Abril, quando foi aberta a investigação das autoridades britânicas. “Vamos ser claros: não apoiamos nem nunca apoiámos o Hamas ou o Hezbollah. Condenamos todos os ataques contra civis, sempre”, escreveram, condenando também o Governo de Keir Starmer por continuar a vender armamento a Israel.