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“André Ventura não pode candidatar-se a todas as câmaras”, mas em Olhão há “ventos de mudança”

“Os resultados não são transponíveis”. Luís Graça, líder do PS/Algarve, ainda está na ressaca das últimas eleições legislativas. Nota-se na voz. Os socialistas ainda podem vir a acabar como terceira força política nacional, atrás de PSD e Chega, e no Algarve isso já é um facto. Mas o agora ex-deputado – era o terceiro na lista do PS pela região e não foi eleito – acredita que nas eleições autárquicas o partido de André Ventura não vai ter o mesmo sucesso.

“Há 11 meses, o PS ganhou as europeias”, exemplifica Luís Graça, para defender essa diferença entre eleições. “Nas autárquicas, as pessoas votam em quem têm maior confiança, no candidatos com quem têm maior proximidade”, continua, “Acredito que as pessoas vão fazer essa diferenciação, e a proximidade e a confiança a nível local é das melhores qualidades do PS”, argumenta.

Olhão é um exemplo dessa ligação entre população e socialistas. A câmara local sempre teve como presidente um autarca do partido. Mas tanto em 2024 como agora, o partido de André Ventura foi o mais votado no concelho. António Miguel Pina, que não pode recandidatar-se a Olhão, vai ser o candidato socialista a Faro, onde o Chega candidato Pedro Pinto, o atual líder parlamentar. A Olhão, o Chega volta a candidatar o empresário local Ricardo Moreira que, há quatro anos, teve 7,6%.

“Há uma mudança de ventos”, diz Miguel Cardoso, presidente da associação de armadores OlhãoPesca. E Miguel nota essa mudança entre os homens do mar. “Eu percebo-os”, diz, “as infraestruturas estão envelhecidas, há uma sobrecarga inspetiva, há um enorme peso burocrático e nada é resolvido”. Por isso repete: “Os ventos são de mudança.”

No mercado de Olhão essa mudança dos ventos também se nota. Nas conversas entre os vendedores ouvem-se elogios ao Chega. Críticas ao PS. Sem querem identificar-se – porque o mercado é municipal – apontam o pouco que foi feito pela Câmara no apoio aos comerciantes. O ‘acomodar’ socialista num concelho onde sempre dominaram.

“Os resultados das legislativas obrigam-nos a ser mais humildes”, reconhece Luís Graça, “temos de aprofundar a nossa relação com as pessoas”, acrescenta, mantendo a convicção que em Olhão o presidente da Câmara vai continuar a ser socialista,

Albufeira é outro dos concelhos onde o Chega repetiu, este ano, a vitória que já tinha tido nas legislativas de 2024. A Câmara é presidida pelo PSD e Cristóvão Norte, líder dos sociais democratas algarvios acredita que assim vai continuar, apesar de o partido de Ventura candidatar um ex-PSD, o agora deputado do Chega Rui Cristina. “Nas autárquicas o voto é nas pessoas e o Chega está muito construído à volta de André Ventura”, defende. E acrescenta: “André Ventura não pode candidatar-se a todas as câmaras.”  

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