Vivo Novidades

Blog Post

Vivo Novidades > Notícias gerais > Cartas ao director | Opinião

Cartas ao director | Opinião

O sonho feito pesadelo

É lamentável aquilo a que nos conduziu a decisão do Presidente da República de, em 2023, dissolver a Assembleia da República existindo uma maioria absoluta no Governo, com o sonho de, quando abandonasse o cargo, deixar a governar alguém mais da sua predilecção partidária.

Geriu o seu calendário sem atender à vontade expressa do povo que, então, dera a maioria absoluta ao PS e sem ter em conta a manutenção da tão propalada estabilidade que estaria garantida, pelo menos, nos quatro anos seguintes. E fê-lo adivinhando-se já a instabilidade que se seguiria pela total impreparação do PSD para governar, como se verificou nos seis meses seguintes, em que o pouco que fez foi substituir altos cargos e chefias e distribuir dinheiro pelos que barafustavam, esperando com isso vir a ter uma maioria nas eleições que pretendeu tão rápidas quanto possível.

Mas o sonho de ambos virou pesadelo com o Chega a ficar em segundo lugar nas legislativas e a criarem-se as condições para a pior instabilidade governativa existente após o 25 de Abril de 1974. E com o restante panorama europeu e mundial, que também já se adivinhava, a não ajudar em nada à sua estabilização.

Que Luís Montenegro se tenha deixado levar por um sonho impossível ainda se compreende, faz parte da natureza rural do nosso povo sonhar com o inalcançável. Agora que Marcelo, com a sua tão conhecida mundividência, não tenha tido a capacidade de pôr acima de qualquer outro interesse o superior interesse do país e do povo, custa a compreender e a aceitar.

Ana Maria Silva, Lisboa

Fernando Rosas

Tive o privilégio de ser aluno do professor Fernando Rosas. Admiro-o pela luta, pela resiliência, pela sua capacidade analítica, clareza e definição ideológica. Li a sua recente crónica no PÚBLICO (…), não sem alegria e algum alívio por vê-lo regressar à sua habitual agudeza e espírito crítico. Digo-o pelo profundo desalento com que encarei a campanha colossalmente estúpida, infantil e quase degradante em que se viu envolvido. E se faço uso da passiva é por esperança de que a decisão tenha sido alheia à sua vontade.

O papel do “velhinho dos suspensórios” não lhe assentava, não era o que se queria de um seu regresso activo à política. Curiosamente, Francisco Louçã parece ter escapado quase incólume depois de apenas um TikTok de gosto duvidoso. Que sirva de lição àqueles partidos que, para captar “o voto jovem” (seja lá o que isso for), pretendam infantilizar-se. É uma beca cringe, bro.

Miguel Luís, Abrantes

Ainda o “sistema” no SNS

Sobre os escândalos com as cobranças abusivas feitas por alguns médicos no SNS, fala-se de problemas e necessidade de correcção no “sistema”. Toda a gente que já lidou com situações em que a pessoa que não consegue responder às necessidades em horário normal é premiada com remuneração majorada em horas extras sabe que há um risco enorme de ela procurar criar e manter condições para maximizar e aproveitar essa oportunidade. Também qualquer um com simples bom senso sabe que alguém registar os seus créditos sem validação terceira/hierárquica é uma porta escancarada para a falta de escrúpulos.

Para lá das correcções necessárias, certamente, no “sistema”, vejo outro problema “sistemático”. As pornográficas folhas de salários desses médicos não foram vistas por ninguém com “olhos de ver”, independentemente do “sistema”? Gerir não é apenas aplicar regras definidas e enquanto elas forem cumpridas está tudo bem. Não! Gerir é estar atento e ter o “radar” ligado para escrutinar o que se passa e o que merece intervenção. A inacção com estas situações não se desculpa pelas deficiências do “sistema”. É incompetência ou conivência.

Carlos J.F. Sampaio, Esposende

Não precisamos de salvadores

É por demais evidente que Portugal não precisa de salvadores, chamem-se eles André Ventura ou Gouveia e Melo. A democracia em Portugal não está em perigo e a prova é que as recentes eleições legislativas decorreram de forma cívica e participativa. Se o resultado não agrada a alguns, como é o meu caso, isso não é razão para desejar que apareça um qualquer salvador que nos conduzirá para algo que não sabemos. Não, não precisamos mesmo de salvadores. Precisamos sim é que os responsáveis do PS e do PSD saiam dos gabinetes, vão para o terreno, falem com as pessoas, ouçam o que elas têm para dizer e analisem a razão pela qual votaram Chega. A democracia vencerá, não com salvadores disto ou daquilo, mas sim com verdadeiros democratas.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

#Cartas #director #Opinião

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *