Se teve varicela em criança, o mais provável é que tenha tido febre, comichão, as típicas borbulhas… e depois ficou bem. Mas não. O vírus fica latente — o que significa que é como se ficasse adormecido e escondido nos nervos. Pode imaginar que é como aquele contacto desagradável a quem uma vez, há uns anos, deu o número. Na altura, a conversa — ou a varicela — ficou resolvida. E assumiu que nunca mais ia voltar a ouvir falar dela. É como se tivesse ficado em modo “não incomodar”.

O problema é que, com o avançar da idade, e com o sistema imunitário a enfraquecer, esse modo “não incomodar” começa a falhar. E é aí que esse contacto chato — chamado vírus varicela-zóster — pode voltar a aparecer. Quando volta, já não se manifesta como varicela, mas sim como herpes zoster, ou zona.

Os sintomas são diferentes e, normalmente, começam com dor, ardor ou formigueiro num lado do corpo, e só depois é que aparecem umas vesículas, tipo bolhinhas com líquido, parecidas com as da varicela. Mas, ao contrário da varicela, estas lesões estão concentradas numa zona específica da pele — daí o nome “zona” — e correspondem à área de um nervo.

Em algumas pessoas, a dor continua mesmo depois das lesões cicatrizarem — é o que chamamos de nevralgia pós-herpética. Um nome complexo para uma dor que pode durar meses ou até anos e afetar muito a qualidade de vida.

O principal fator de risco é a idade: a partir dos 50 anos, há um declínio natural da imunidade, o que aumenta bastante o risco do vírus voltar a ativar-se. A boa notícia é que existe uma forma de prevenir a Zona e as consequências daí decorrentes, como a nevralgia pós-herpética, através da vacinação.

Atualmente, a vacina está recomendada a partir dos 50 anos — mesmo para quem já tenha tido varicela ou um episódio anterior de zona, porque ajuda a prevenir recorrências. É também recomendada a partir dos 18 anos, para pessoas com algumas doenças crónicas ou medicação que interfira com o sistema imunitário.

E, de forma rápida, é isto: se tem mais de 50 anos, fale com o seu médico sobre a possibilidade de se vacinar contra a Zona, já que é a melhor forma de se proteger.

Lembre-se que este vírus pode “ligar-lhe” a qualquer altura — especialmente quando o sistema imunitário está mais baixo, por isso, manter-se saudável também é importante.

Para mais informações, consulte o seu médico. | NP-PT-HZU-JRNA-250002 | 04/2025