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Estudante brasileiro sai da prisão nos Estados Unidos. “Ninguém merece isso”, diz | Xenofobia

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Depois de quase uma semana detido nos Estados Unidos, o estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, finalmente deixou a prisão nesta quinta-feira (05/06), após passar por audiência de custódia e pagar fiança de 2 mil dólares. “Ninguém deveria estar aqui”, disse ele a jornalistas, ao deixar o centro de detenção em Burlington, no estado de Massachusetts. O rapaz foi preso em 31 de maio pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) ao ser abordado em Milford quando se dirigia para um jogo de vôlei com outros três colegas.

Segundo o jovem, durante os dias em que ficou detido, foi confinado em uma sala com vários homens entre 30 e 40 anos, sendo obrigado a usar o banheiro na frente de todos. “Este não é um bom lugar para estar. A maioria das pessoas que aqui está é de trabalhadores. Todos foram presos ao saírem para trabalhar. Essas pessoas têm famílias, têm filhos, enquanto os verdadeiros criminosos estão soltos”, afirmou.

Marcelo, que, no domingo (01/06), foi levado a um hospital por causa de uma concussão (traumatismo), ressaltou que o centro de detenção está “recebendo pessoas boas, que não merecem estar ali”. São imigrantes vítimas da política radical de Donald Trump, que está promovendo uma caça a estrangeiros indocumentados que vivem nos Estados Unidos. Marcelo, de acordo com a rede de tevê CBS News, não informou se está em condição ilegal nos EUA.



Manifestantes protestam do lado de fora do Tribunal em que Marcelo Gomes passou por audiência de custódia
Reprodução / CBS News

A prisão do estudante brasileiro foi divulgada na segunda-feira (02/06) pela CBS News. Diante da repercussão do caso, Todd Lyons, diretor-interino do Serviço de Imigração, destacou que o jovem só foi parado porque estava dirigindo o carro do pai, João Paulo Gomes Pereira, que seria o alvo original dos agentes. Lyons defendeu a detenção de Marcelo, sob a alegação de que o estudante “está nos EUA ilegalmente”. E arrematou: “Não vamos dar as costas a ninguém”.

Medo de sair às ruas

Os advogados de Marcelo asseguraram, durante a audiência de custódia no Tribunal de Imigração em Chelmsford, que o brasileiro não tem histórico criminoso e não oferece risco à sociedade. O júri acabou concordando com a liberação do jovem. Do lado de fora do tribunal, centenas de apoiadores esperavam o rapaz, muitos carregando cartazes contra a política migratória de Trump. Os advogados vão acompanhar os novos passos no caso do brasileiro.

Logo após a prisão de Marcelo, o pai do jovem afirmou, à Folha de S. Paulo, que “ficou sem chão” quando foi comunicado do que havia acontecido. Ele disse se sentir culpado, pois o filho, então com 6 anos, não queria ir para os Estados Unidos. Pereira, que vivia em Taboão da Serra (SP), contou que foi para os EUA há 12 anos com a mulher, ambos como turistas, pois tinha parentes residentes naquele. Meses depois, o casal conseguiu vistos de estudantes, contudo, quando os documentos expiraram, a opção foi por permanecer em solo norte-americano, mesmo em situação irregular. O casal tem mais dois filhos, de 7 e 9 anos, nascidos nos EUA.

Pereira, apesar de não ter direito a voto nos Estados Unidos, apoiou a eleição do republicano Donald Trump. Ele ressaltou que não via problemas nas falas do agora presidente contra os imigrantes, por não ter antecedentes criminais. Admitiu, porém, que nunca viu uma perseguição tão grande contra os estrangeiros, como agora. E enfatizou que ele e familiares estão com medo de saírem às ruas.

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