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O Brasil deu ao mundo dezenas de grandes jogadores de futebol. Nomes como Pelé, Zico, Romário, Ronaldo, Bebeto e Falcão encantaram gerações e foram responsáveis por momentos inesquecíveis na vida de quem é apaixonado pelo esporte. A trajetória de um talento especial ganhará, em breve, as telas: Fernando Reges, 37 anos de idade, 20 de carreira, que jogou pelo Futebol Clube do Porto e, hoje, atua pelo Internacional de Porto Alegre (RS). Além de filmagens em Lisboa e no Porto (Portugal), a obra captou imagens em Istambul (Turquia) e em Sevilha (Espanha) e fará escala em Manchester (Inglaterra) para contar o legado deixado por ele no futebol europeu. Depois, haverá alguns meses de produção no Brasil.

Para chegar até aqui, Reges deu os primeiros chutes profissionais como volante no Vila Nova, de Goiás. O vigor físico e a habilidade logo chamaram a atenção dos torcedores e, já no ano de estreia nos campos, veio o troféu de campeão estadual em 2005. Dois anos depois, o jovem jogador desembarcou em Portugal, inicialmente, pelo Estrela Amadora, seguindo depois para o Porto. Em território luso, estreitou os laços com o país, adquiriu dupla nacionalidade, cultivou amizades e tornou-se pai. Portugal passou a ser sua segunda casa.

Muitas vezes, os atletas profissionais conseguem feitos que os colocam na posição de ídolos, e isso mexe com o imaginário dos torcedores, gerando impacto em suas vidas e conexão com suas histórias. Mas, antes de tudo, os ídolos são pessoas, e mostrar o lado humano deles é uma das propostas de Julliane Cardoso, diretora executiva do filme sobre Fernando Reges.

“Um documentário tem o poder de mostrar o lado mais humano do atleta, essencial para a construção de um legado duradouro. Além disso, o conteúdo reforça a narrativa tanto para o público em geral quanto para futuras oportunidades no universo esportivo”, diz a diretora, lembrando que o lançamento do documentário está previsto para dezembro deste ano.

Campeão em Portugal

Para ser um ídolo, não basta ser tecnicamente excelente. A empatia é fundamental para quem quer se manter em alto nível no planeta bola. E isso Fernando Reges tem de sobra. Colegas de profissão e dirigentes não economizam palavras para falar dele. Um dos mais entusiasmados é o presidente do Futebol Clube do Porto, André Villas-Boas, que o classifica como um dos grandes na posição de médio defensivo que já viu dentro de campo.

“Na verdade, na posição de número 6, era um dos melhores do mundo. No encurtamento dos passos, nos duelos físicos, nas capacidades das coberturas, na elasticidade. Nisso, o Fernando distinguiu-se na sua carreira, distinguiu-se como um dos melhores do mundo nessa posição”, afirma Villas-Boas, um dos entrevistados para o documentário.

Habilidoso, carismático e muito querido pelos companheiros, Fernando também guarda em sua galeria vários títulos importantes. E, no FC Porto, ele fez a festa: foram quatro Supertaças, três Taças de Portugal, dois Campeonatos Portugueses, além de um momento histórico para os portistas: a Liga Europa da UEFA, em 2011. Esta última conquista ganhará tratamento especial no documentário, com uma reconstituição fiel da campanha e o papel de Fernando até o clube levantar o troféu.

Também estarão retratados no documentário os títulos conquistados na Turquia e Espanha, onde o jogador atuou pelo Galatasaray e pelo Sevilla, respectivamente, além da Inglaterra, quando foi um dos destaques do Manchester City. A despeito de todos os títulos, Julliane ressalta que o filme não é uma simples biografia de futebol. “O objetivo é provocar reflexões sobre temas fundamentais, como perseverança, talento, disciplina, família e sucesso, a partir da trajetória de Fernando no futebol”, acrescenta ela.

Raízes goianas

Fernando nasceu em Alto Paraíso, estado de Goiás, e lá as filmagens começaram em dezembro de 2024. Mesmo atuando em grandes clubes da Europa, o jogador jamais deixou de lado suas raízes. Cresceu no interior goiano e depois ganhou o mundo sem abrir mão de sua essência. O atleta, inclusive, tem acompanho de perto a produção do filme.

“Este documentário é uma forma de eternizar a minha trajetória e de retribuir o carinho dos fãs e colegas que sempre me apoiaram. O esporte mudou a minha vida, e este trabalho é uma maneira de deixar um legado que pode inspirar novas gerações de jogadores e também contribuir genuinamente para o fortalecimento do esporte neste momento atual”, assinala o jogador.