A Comissão Nacional de Eleições (CNE) remeteu esta quinta-feira para o Ministério Público uma queixa sobre a largada de notas de cinco euros, pelo partido Nova Direita, na apresentação do seu candidato à Câmara do Porto, revelou o porta-voz.
A apresentação, no sábado, da candidatura de Aníbal Pinto à autarquia portuense ficou marcada pela largada de um número indeterminado de notas de cinco euros a partir de um drone assim que o advogado terminou o seu discurso, em que afirmou que “iria chover dinheiro”.
O episódio, revelou esta quinta-feira à Lusa o porta-voz da CNE, André Wemans, deu origem a uma queixa, anónima, que a comissão analisou esta quinta-feira em plenário, tendo este decidido, uma vez que a situação denunciada ocorreu fora do período de campanha eleitoral, pois as eleições ainda não foram marcadas, que não pode avaliar o sucedido.
Neste contexto, o plenário decidiu que a instituição competente para fazer essa avaliação é o Ministério Público, a quem foi esta quinta-feira enviada a queixa, disse.
Segundo o porta-voz, a queixa esta quinta-feira analisada “está na base de que essa acção seria um ato de corrupção ou de compra de voto de eleitor”.
A Lusa tentou uma reacção do partido, que respondeu que oportunamente se irá pronunciar sobre o assunto.
Questionado no sábado sobre a largada das notas, Aníbal Pinto explicou que “a maior felicidade é contribuir para a felicidade das pessoas” e que, em vez de fazer o anúncio da candidatura num hotel, a sua equipa decidiu que “parte do orçamento da campanha vai reverter sempre a favor dos apoiantes e dos portuenses”.
“Vamos sempre atirar notas, vamos sempre fazer chover dinheiro. Muita gente não acreditava, mas pelos vistos choveu mesmo, eram notas verdadeiras, como não podia deixar de ser”, prometeu o advogado, que concorre como independente na lista da Nova Direita, sem, contudo, divulgar quanto dinheiro caiu sobre os cerca de 50 apoiantes presentes, dizendo apenas que “dava para alugar meia dúzia de salas num hotel de cinco estrelas”.
Também questionada sobre este propósito nos próximos eventos da candidatura, a presidente da Nova Direita, Ossanda Líber recusou ser uma forma de comprar votos.
“Como assim comprar votos? Olha, se tiver um “outdoor” na rua a dizer, “olha, vou reduzir em 10% o IVA”, é dinheiro na mesma, não é?”, argumentou.
Até agora, foram confirmadas as candidaturas à Câmara do Porto de Manuel Pizarro, pelo PS, Pedro Duarte, pelo PSD, Diana Ferreira, pela CDU, Nuno Cardoso, pelo movimento Porto Primeiro, Vitorino Silva (conhecido como Tino de Rans), pelo RIR, António Araújo, do movimento Porto à Porto, Aníbal Pinto, pela Nova Direita, Sérgio Aires, pelo BE, e do actual vice-presidente Filipe Araújo, também como independente.
O actual executivo é composto por seis eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas deverão ocorrer entre 22 de Setembro e 14 de Outubro deste ano.
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