“Estamos em pânico, a ouvir estrondos toda a noite.” ‘Glória’, que por questões de segurança pediu anonimato, está há dois dias fechada num hotel em Telavive. Ia regressar num voo da TAP para Portugal esta sexta-feira, altura em que terminavam as suas férias, mas o voo foi cancelado numa altura em que as bombas caíam sob Israel.
A portuguesa foi ter com o marido, que trabalha naquela cidade. Era a primeira viagem da sua vida a Israel. Mas a guerra tornou as férias “num pesadelo”. Nos últimos dois dias, o casal tem estado fechado no hotel. “Durante o dia, tudo está calmo. Mas durante a noite é horrível. São estrondos constantes das bombas”, revela ao Expresso.
O hotel tem uma sala de segurança em cada um dos pisos. Na última noite, o casal refugiou-se ali três vezes, durante cerca de quinze minutos cada uma das ocasiões. “Uma das bombas deve ter caído mais perto, a cerca de 30 a 40 quilómetros de distância. O estrondo foi tão grande que tivemos de fechar a porta da sala de segurança. Não dormimos nada durante toda a noite.”
MNE em contacto com as missões diplomáticas
‘Glória’ e o marido têm falado com frequência com o cônsul português. “Tem sido impecável conosco.” Mas o alto responsável não garante que possam ser retirados “em menos de um ou dois dias”, pelo menos enquanto o espaço aéreo de Israel tiver interditado. “Tínhamos o nosso avião marcado para ontem. E já fomos informados de que não vamos ser reembolsados sequer”, queixa-se.
Neste momento, ‘Glória’ confessa estar “em pânico” mas não perde a esperança em que a sua situação, bem como de outros portugueses no local, possa vir a ser resolvida num breve espaço de tempo. Nas próximas noites, haverá com quase certeza mais ataques vindos do céu. E o casal vai ter de se refugiar de novo na sala de segurança do hotel.
Na última informação prestada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, o Governo afirma estar em contacto com as missões diplomáticas portuguesas para “assegurar a proteção dos portugueses na região”.
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