A proposta está a ser analisada pela Comissão dos Transportes do Parlamento Europeu e deverá ser votada na próxima semana, mas começa já a desencadear reações negativas por parte das companhias aéreas.
Em causa está a exigência de que todos os passageiros tenham o direito de transportar a bordo, gratuitamente, pelo menos uma peça de bagagem de mão de 7 quilos. Uma imposição que, segundo a Airlines for Europe (A4E), ao concretizar-se, vai “eliminar a escolha do consumidor”.
“Nas vésperas da votação na Comissão dos Transportes do Parlamento Europeu, que ocorrerá a 24 de junho, os eurodeputados propuseram uma alteração que se sobrepõe à liberdade comercial das companhias aéreas garantida pela legislação da UE e impõe desnecessariamente um serviço aos viajantes que preferem voar com pouca bagagem”, lê-se no comunicado de imprensa emitido pela associação comercial, que insta o Parlamento Europeu a rejeitar a alteração.
“O resultado será o aumento dos custos para milhões de passageiros que não precisam nem utilizam uma mala de viagem extra”, continua a representante de cerca de uma dúzia de companhias aéreas europeias, em que se incluem a Air France e a Lufthansa e as transportadoras de baixo custo Ryanair e EasyJet.
“O mercado europeu das companhias aéreas assenta na escolha”
“O que é que se segue? Pipocas e bebidas obrigatórias como parte do bilhete de cinema?”, questiona Ourania Georgoutsakou, diretora-geral da A4E, acrescentando que ”o Parlamento Europeu deveria deixar os viajantes decidir quais os serviços que querem, quais os serviços que pagam e, mais importante, quais os serviços que não querem”.
“O mercado europeu das companhias aéreas assenta na escolha. A imposição de um saco de transporte obrigatório priva os passageiros dessa escolha e obriga-os a pagar por serviços que podem não querer ou não precisar”, afirma Ourania Georgoutsakou.
De acordo como a A4E, os dados mostram “consistentemente” que viajar com pouca bagagem é a escolha de centenas de milhões de passageiros europeus. No caso de Espanha, por exemplo, “mais de 50 milhões de passageiros (mais do que a população da própria Espanha) não necessitaram de uma peça adicional de bagagem de cabine no ano passado e tiveram a opção de não a incluir na sua tarifa aérea”.
Transportadoras normalmente cobram bagagem adicional
As dimensões máximas consideradas na proposta, que limitam a 100cm a soma do comprimento, largura e altura da bagagem, são ligeiramente menores que a bagagem de mão de 55x40x20cm que as companhias económicas habitualmente cobram.
Grande parte dos membros da A4E taxa o transporte de qualquer coisa que vá para além de um pequeno saco pessoal, que possa ser guardado debaixo dos assentos dos passageiros.
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