Centenas de pessoas manifestaram-se este domingo contra os ataques norte-americanos ao Irão e, sobretudo, contra a proposta de que os países membros da Aliança Atlântica passem a investir 5% do seu PIB em defesa, uma exigência promovida por Trump.

Enquanto isso, em Madrid, o primeiro-ministro espanhol dirigia-se ao país para anunciar o que descreveu como uma vitória diplomática. Pedro Sánchez garantiu ter alcançado um acordo com a NATO que permite a Espanha manter uma “trajetória soberana” e não se comprometer com o aumento até aos 5%. Para reforçar o argumento, partilhou nas redes sociais uma carta assinada por Mark Rutte, atual secretário-geral da NATO, onde se reconhece a flexibilidade espanhola.

No entanto, a aparente exceção foi desmentida esta segunda-feira pelo próprio Rutte. Em declarações formais, deixou claro que o plano de investimento em defesa que será aprovado em Haia estabelece os 5% como novo patamar mínimo comum, e que “a NATO não reconhece exceções nem acordos paralelos”.

A posição gera dúvidas sobre o verdadeiro alcance do acordo com Espanha e expõe potenciais divisões internas numa cimeira que acontece num momento de tensão internacional crescente, com o conflito entre Israel e o Irão no centro das atenções.

Donald Trump, que deverá intervir nos próximos dias, já fez pressão pública sobre Espanha, acusando o país de ser “um dos maus pagadores históricos” da aliança.

Resta saber se o discurso do presidente norte-americano aprofundará o fosso entre aliados ou se prevalecerá o espírito de unidade que a NATO quer projetar nesta cimeira, a primeira grande reunião sob a liderança de Rutte.

A dimensão da operação de segurança em Haia, com 27 mil agentes destacados – metade de toda a força policial dos Países Baixos -, antecipa o peso político e simbólico deste encontro.