A 13 de maio de 1950, o icónico circuito de Silverstone, em Inglaterra, acolheu o início do primeiro Campeonato Mundial de Fórmula 1 da história, marcando o nascimento da principal categoria do automobilismo mundial. Este fim de semana, 75 anos depois, entre 4 e 6 de julho, o mesmo local volta a ser palco de mais uma prova do calendário, a 12.ª do ano, com o Grande Prémio da Grã-Bretanha.
O Circuito de Silverstone, situado em Northamptonshire, Inglaterra, é um dos circuitos mais emblemáticos da Fórmula 1. O traçado tem uma extensão de 5.891 quilómetros e inclui um total de18 curvas. A corrida de domingo será disputada ao longo de 52 voltas, com duas zonas de DRS (Drag Reduction System), num circuito que combina velocidade, técnica e estratégia, sendo um verdadeiro teste para pilotos e equipas.
Antes de se tornar um circuito de Fórmula 1, Silverstone era uma base aérea da RAF durante a Segunda Guerra Mundial. As pistas de descolagem foram aproveitadas para desenhar o traçado inicial, o que explica as curvas amplas e as longas retas da versão original. Os pilotos corriam, literalmente, sobre a história — com a antiga torre de controlo ainda visível nas imediações.
Foi ainda o palco da primeira Sprint Race da era moderna da Fórmula 1, em 2021 – uma mini-corrida disputada ao sábado para definir a grelha de partida de domingo. A inovação dividiu opiniões, mas acrescentou emoção ao fim de semana e consolidou o circuito como um verdadeiro laboratório para o futuro da modalidade.
Em que horários se realiza o GP da Grã-Bretanha?
- Treinos Livres 1 (FP1): 12:30-13:30
- Treinos Livres 2 (FP2): 16:00-17:00
- Treinos Livres 3 (FP3): 11:30-12:30
- Qualificação: 15:00-16:00
(Horário de Portugal Continental)
De Silverstone para o mundo: 75 anos do primeiro GP de F1
No total, 22 pilotos de sete equipas competiram no Grande Prémio da Grã-Bretanha–também chamado de Grande Prémio da Europa–que contou com cerca de120.000 espectadores e com a presença da Família Real britânica.
A Alfa Romeo, que competiu com quatro carros em pista, foi a grande vencedora do Grande Prémio da Grã-Bretanha que contou com 70 voltas. O piloto italiano Giuseppe ‘Nino’ Farina conquistou a pole position pela equipa, à frente de Luigi Fagioli e Juan Manuel Fangio, que viria a conquistar o Campeonato Mundial e Fórmula 1 por cinco vezes.
Embora tenha sido Fangio a assumir a liderança durante a corrida, foi Farina quem venceu, depois do piloto argentino ter sido forçado a retirar-se devido a um tubo de óleo partido.
A chuva, sempre a chuva
O clima britânico nunca dececiona. Silverstone é conhecido pela sua imprevisibilidade, com o tempo a mudar num abrir e fechar de olhos. Há quem diga: “Em Silverstone, se não estiver a chover, é porque está prestes a chover.”
Esta incerteza meteorológica já baralhou estratégias, virou corridas do avesso e proporcionou vitórias inesperadas — uma verdadeira lotaria climática em alta velocidade.
Sir Lewis Hamilton: o início de um legado ímpar
A história de amor de Lewis Hamilton com Silverstone é caso único na história da Fórmula 1. O heptacampeão mundial venceu o Grande Prémio da Grã-Bretanha em nove ocasiões, o maior número de triunfos de um piloto de F1 num só circuito.
Hamilton estreou-se a vencer em casa na edição de 2008, numa prova disputada sob intensa chuva. Partiu de quarto, mas conseguiu assumir a liderança logo nas voltas iniciais.
Enquanto muitos pilotos lutavam para manter o carro em pista, Lewis Hamilton exibiu um controlo e mestria absolutos e controlou a prova até ao fim, numa das prestações mais memoráveis da carreira e logo na segunda temporada a competir na Fórmula 1, a primeira de sete coroadas com o título mundial.
Vladimir Rys
Paul Gilham
Sem roda? Sem problema
Em 2020, numa corrida sem espectadores nas bancadas devido à pandemia de covid-19, Hamilton liderava confortavelmente quando, nas voltas finais, os pneus de vários monolugares começaram a ceder ao desgaste de uma corrida intensa. Num final dramático, o pneu dianteiro esquerdo do Mercedes de Hamilton também rebentou.
O Red Bull de Max Verstappen aproximou-se perigosamente – reduziu um atraso de 34 segundos para apenas cinco – mas o piloto britânico resistiu e alcançou uma vitória que teve tanto de dramático quanto de épico.
Copse meio vazio, rivalidade meio cheia
Em 2021, numa das temporadas mais disputadas na história moderna da Fórmula 1, o acidente entre Hamilton e Verstappen no Grande Prémio da Grã-Bretanha destacou-se como um dos mais polémicos e simbólicos de uma explosiva discussão pelo título mundial.
Logo na primeira volta, os dois candidatos envolveram-se numa intensa batalha roda com roda e trocaram posições ao longo dos primeiros setores. Na chegada a Copse, Hamilton tentou uma ultrapassagem por dentro, mas sem escapar ao contacto com o RB16B: a roda dianteira esquerda do Mercedes tocou na traseira direita do Red Bull, que foi projetado contra as barreiras a mais de 250 km/h.
O impacto foi brutal, estimado em mais de 50G, mas felizmente Verstappen saiu ileso. A direção de corrida penalizou Hamilton em 10 segundos, ainda assim, o britânico conseguiu recuperar o tempo perdido e venceu a prova. Um desfecho que gerou enorme controvérsia, com a Red Bull e Verstappen a criticarem duramente a manobra, enquanto Hamilton e a Mercedes defenderam a legitimidade da ultrapassagem. O incidente intensificou ainda mais a rivalidade entre os dois numa batalha titânica pelo Mundial.
Dan Istitene – Formula 1
A famosa “boleia de Silverstone”
O Grande Prémio da Grã-Bretanha de 1991 ficou na memória não só pela vitória de Nigel Mansell ao volante do seu Williams-Renault, mas também por um gesto que marcou o espírito da Fórmula 1.
Ayrton Senna, que seguia logo atrás na sua McLaren-Honda, ficou sem combustível na última volta e imobilizou-se à beira da pista.
Ao passar por ele já depois de cortar a meta, Mansell reparou na situação e, num ato de respeito e desportivismo raro, parou o carro para dar boleia a Senna, que se sentou na lateral do monolugar.
O momento captado pelas câmaras tornou-se icónico e permanece como símbolo da camaradagem entre dois dos maiores rivais da história da modalidade.
Quem venceu no ano passado?
Quem mais? Quase 950 depois, Sir Lewis Hamilton quebrou o mais longo jejum de vitórias da carreira e alcançou, no Grande Prémio da Grã-Bretanha de 2024,o seu 104.º triunfo na Fórmula 1.
Numa corrida marcada por condições meteorológicas instáveis, com chuva intermitente que desafiou as equipas a tomar decisões estratégicas céleres, o piloto britânico foi imperial. Depois de ultrapassar o colega de equipa George Russel na volta 18, foi ‘dono e senhor’ da corrida até à bandeirada de xadrez.
Peter Fox – Formula 1
Uma das “vitórias mais especiais da carreira”, que Hamilton dedicou à Mercedes na última de 12 temporadas ao serviço da escuderia germânica, antes do anunciado ingresso na Ferrari.
Mario Renzi – Formula 1
Max Verstappen (Red Bull) e Lando Norris (McLaren) completaram o pódio.
Kym Illman
Quem lidera o Campeonato de Pilotos e Construtores?
Depois de onze corridas e de um Grande Prémio da Áustria que testemunhou o regresso de Lando Norris às vitórias, Oscar Piastri viu ser-lhe reduzida a vantagem pontual no topo do Mundial de Pilotos sobre o colega de equipa da McLaren: 216 pontos para o australiano, 201 para o britânico.
Com o abandono no Red Bull Ring, Max Verstappen mantém os mesmos 155 pontos, mas agora a mais de 60 de Piastri.
No Mundial de Construtores, a Ferrari (210 pontos) ultrapassou a Mercedes (209) e subiu à segunda posição. No topo está, de forma destacadíssima, a McLaren, com 417.
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