Os protagonistas do serão deviam ser o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-dama, Brigitte, além dos anfitriões, Carlos III e a Camila. Mas foi a princesa de Gales a roubar atenções no Castelo de Windsor, naquele que foi o seu primeiro banquete de Estado em quase dois anos. Kate surgiu de vermelho com uma das suas tiaras favoritas, ao lado do príncipe William, fazendo uma entrada digna dos futuros reis para cumprimentar todos os convidados, incluindo celebridades como Mick Jagger ou Elton John.

A expectativa para a presença de Kate no banquete desta terça-feira era alta, já que seria o primeiro evento do género em que a princesa ia estar desde o diagnóstico de cancro no início de 2024 — o seu último banquete de Estado foi em Novembro de 2023 em honra do Presidente da Coreia do Sul. Na manhã do mesmo dia, foram os príncipes de Gales a receber o casal Macron na base aérea, mostrando a importância crescente que têm vindo a assumir no quotidiano da monarquia, uma vez que o rei Carlos continua também a ser tratado para um cancro.

Os desejos cumpriram-se quando Kate surgiu no serão com um vestido vermelho estilo capa assinado por Sarah Burton para a Givenchy. Durante a manhã, a princesa tinha optado por Dior, num acto de diplomacia, que reforçou ao serão, numa alusão aos laços entre o Reino Unido e França. Trata-se de um vestido desenhado por uma criadora de moda britânica (a mesma que assinou o seu vestido de noiva em 2011) para uma casa francesa.

A fechar o visual, escolheu uma das suas tiaras favoritas (e também da princesa Diana, que usou a mesma jóia por diversas vezes): o diadema Lover’s Knot. A peça em questão foi criada em 1914 para a rainha Maria, consorte de Jorge V, pelos ourives da House of Garrard com diamantes e pérolas da casa real. O modelo terá sido inspirado uma tiara antiga da princesa Augusta de Hesse-Cassel, avó de Maria, por sua vez avó de Isabel II, a quem passou a tiara. Foi a mãe de Carlos III a oferecer a tiara a Diana como prenda de casamento em 1981.

Não menos faustoso era o diadema da rainha Camila, a Tiara Belga de Safiras, que combinou com um colar e uns brincos da mesma colecção de Isabel II — as jóias da coroa passam habitualmente entre gerações. Contudo, a mulher de Carlos III não recorreu à mesma diplomacia de Kate, escolhendo usar um vestido branco assinado pela britânica Fiona Clare. Já Brigitte Macron optou por um vestido de capa azul-cobalto (uma cor presente na bandeira de ambos os países) — não se sabe quem terá sido o designer do coordenado.

A ementa Michelin e os convidados

Depois da recepção aos convidados, o jantar começou, como é habitual, como o discurso do anfitrião. Carlos III recordou a visita a França em 2023, da qual guarda “boas memórias” com Macron. “Muita coisa aconteceu entretanto, e a França e o Reino Unido têm-se aproximado cada vez mais. Neste momento crucial das nossas histórias comuns, a sua visita é mais uma ocasião para celebrar a nossa profunda e duradoura amizade”, declarou.

Seguiram-se os brindes e o jantar preparado pelo chef francês Raymond Blanc. A ementa incluía uma entrada com “legumes de Verão” dos jardins do Le Manoir (o restaurante do chef com 2 estrelas Michelin), o prato principal de supremo de frango com espargos de Norfolk e parfait gelado de groselha preta sobre um pão-de-ló embebido em groselha com geleia de flor de sabugueiro para sobremesa, detalha a revista Hello.

Entre os 150 convidados para o serão no Salão de São Jorge — animado pela Orquestra de Cordas da Duquesa de Edimburgo, pelas gaitas de foles da Escócia e pela Orquestra Nacional de Gales — estiveram Mick Jagger dos Rolling Stones, Eltn John e a actriz Kristin Scott Thomas, além da família real, incluindo os irmãos do rei, a princesa Ana e Eduardo, duque de Edimburgo.

A visita de Estado de Emmanuel Macron ao Reino Unido é a primeira europeia desde o Brexit. Além do banquete, o primeiro dia ficou marcado por um desfile militar em Windsor e pela visita do Presidente francês ao Parlamento britânico. Nesta quinta-feira, Starmer e Macron realizarão uma cimeira entre o Reino Unido e a França para discutir outras questões bilaterais, nomeadamente como apoiar a Ucrânia.