A empresa Lactogal, líder na produção de lacticínios em Portugal, terá sido a responsável por descargas poluentes no rio Onda, que acabaram por contaminar as águas das praias de Angeiras Norte, em Matosinhos, e Labruge, em Vila do Conde, ambas no distrito do Porto.

Na praia de Matosinhos, os banhos estão interditados desde a passada quarta-feira, 9 de Julho, devido à contaminação microbiológica da água.

Em reacção, a autarquia denunciou uma “descarga criminosa”, que diz ter ocorrido na terça-feira, e apelou à intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Guarda Nacional Republicana (GNR).

“A Câmara de Matosinhos exige às entidades competentes, nomeadamente ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, à GNR e à APA, que actuem com eficácia e urgência porque não basta monitorizar, é preciso agir”, indica um comunicado citado pela agência Lusa.

Já na noite desta sexta-feira, a APA informou que a análise das amostras recolhidas no rio Onda revelou “uma alteração significativa da qualidade da água, presumivelmente associada à descarga de águas residuais provenientes da Unidade Fabril de Modivas, da empresa Lactogal — Produtos Alimentares, S.A.”.

A Agência Portuguesa do Ambiente notificou, por isso, a Lactogal para “proceder, de imediato, à redução da produção na instalação de processamento de leite e bebidas vegetais”. “Esta medida visa adequar os volumes produzidos à actual capacidade de tratamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais”, lê-se num comunicado a que o PÚBLICO teve acesso.

A Lactogal detém várias conhecidas marcas portuguesas, incluindo a Agros, Mimosa, Adagio, Matinal e Vigor.