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Cartas ao director | Opinião

Gueto de Varsóvia/Faixa de Gaza

Não sei nem quero saber quantos judeus foram mortos pelas balas assassinas das tropas nazis em 1943, no gueto de Varsóvia, mas sei, porque os media nos repetem todos os dias, quantos palestinianos morreram já em 2025, abatidos pela metralha certeira dos bem equipados militares de Israel.

Seria absurdo, se não mesmo indigno, contar o número de mortos para avaliar a dimensão duma tragédia como esta a que assistimos. As multidões de tacho na mão a mendigar uma concha de miserável vianda e as crianças desnutridas de olhos encovados, já próximos da morte, um espectáculo real que os nossos olhos não suportam e ferem o coração, são imagens que ficarão por certo na história, a marcar para o devir a cobardia de quantos de quedaram no silêncio. A Europa dos direitos humanos, liberdade e solidariedade que abriu portas à torrente migratória quedou-se por declarações cinzentas e algo reverentes, mas indiferente à matança. Oxalá que o prometido e corajoso reconhecimento da Palestina como um Estado, agora anunciado pelo Presidente Macron, tenha um cortejo de seguidores em testemunho de redenção.

José Manuel Pavão, Porto

Gaza, o Holocausto do século XXI

Assistimos apáticos ao que se passa em Gaza e nem nos mexemos enquanto país; continuamos a ouvir o silêncio obsceno do Governo e do Presidente da República e não nos aporta nenhum laivo de revolta cívica; continuamos no barranco de cegos; vamos à missa ao domingo e comungamos, como se ser-se católico se resumisse a tal; os mais altos dignitários da estrutura da Igreja não emitem um pio que seja para se abanarem os responsáveis pelo crime de omissão, que em Portugal têm nome; está-se a morrer à fome em Gaza e nós continuamos com as nossas vidinhas.

Os canais televisivos não promovem debates, nem documentários, nem reportagens, nem sequer a regularidade de notícias, cada vez mais chocantes. Por cada morte às mãos do exército de Putin, há um ror de indignações e catadupas de protestos, mas nem um puxar de orelhas a Netanyahu e — como dizia a sr.ª Kaja Kallas, há oito dias, “o objectivo não é punir Israel, é realmente melhorar a situação em Gaza” — siga a marinha, pois então.

A União Europeia, embrulhada na sua decadência moral, arrasta-nos com ela para patamares de desumanidade que tínhamos como impossíveis de atingir, mas que estão a acontecer… Crianças a morrer à fome e também, agora, os jornalistas… Até quando ficaremos quietos na nossa cobardia? A que Deus desconhecido temos de pedir contas por este Inferno que mantemos em Gaza?

Maria da Conceição Morais Mendes, Canidelo

Macron e Palestina

Macron anunciou que a França vai reconhecer o Estado da Palestina. Se/quando o fizer, Macron sobe na consideração de todos, eu incluído, que acusam Netanyahu de genocídio e, para maior subida, só lhe falta condenar e aplicar sanções ao actual regime israelita. Talvez com este exemplo o nosso Governo tire a cabeça debaixo da areia, endireite a espinha dorsal e faça uma crítica ao que Israel tem vindo a fazer. Talvez, mas não é certo!

Jorge Mónica, Parede

Aguiar-Branco

Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, disse recentemente: “Não me importo nada de ser considerado um defensor da liberdade de expressão.” Esta frase seria até muito louvável dita por qualquer pessoa, mas Aguiar-Branco tem pactuado excessivamente com todas as frases, algumas mesmo insultuosas, ditas pelo Chega e, por tal facto, o presidente da Assembleia é aquele trabalhador que, dia após dia, e muito calmamente, está a abrir, não um simples caminho rural, mas uma verdadeira auto-estrada para o Chega passar. (…). Aguiar-Branco não é, como ele disse, um defensor da liberdade de expressão, mas sim, ainda que indirectamente, um defensor da violência verbal do Chega. (…). Tudo o resto é conversa.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Ucrânia e corrupção

Não é fácil a luta contra a corrupção e o tráfico de influências quando os mentores fazem parte do aparelho governativo. A história da democracia portuguesa é pródiga nesse sentido. Se contabilizarmos os líderes políticos europeus que desses esquemas beneficiam, a lista é numerosa. Combater a corrupção num país em guerra ainda é mais difícil. No entanto, no caso ucraniano, o novo projecto de lei anticorrupção levou a protestos nas ruas sob o lema “lutamos pela Ucrânia, não pela impunidade”. Para os ucranianos, a independência desse novo organismo é posto em causa. Até a liderança da União Europeia pediu explicações. O dinheiro dos contribuintes europeus tem de ser escrutinado. O valente povo ucraniano deve beneficiar desses envios. Zelensky pede dinheiro, a União Europeia envia. É preciso respeito pelos contribuintes europeus. Zelensky já demitiu diversas chefias militares. Não estará na hora de substituir Zelensky?

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

#Cartas #director #Opinião

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