Como era previsível, o Presidente da República enviou a nova lei dos estrangeiros para fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional. Perante o teor dos conteúdos introduzidos na lei, até admito que Marcelo Rebelo de Sousa tivesse razões, baseadas em convicções políticas e democráticas e em valores humanistas, para vetar politicamente a lei. Admito mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa sinta estranheza e esteja incomodado com o rumo que o PSD vem tomando, em particular com o estilo populista radical que a liderança de Luís Montenegro imprimiu ao partido. Afinal, Marcelo Rebelo de Sousa foi fundador do PPD e, duas décadas depois, foi presidente do PPD/PSD. Optou, porém, por não exercer o veto político, e fez bem. Até porque, se vetasse, o Parlamento poderia voltar a aprovar a lei nos exactos termos em que está feita e o Presidente da República teria de promulgar.