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Um morto e cinco trabalhadores soterrados numa mina no Chile | Geologia

Cinco mineiros estão presos no interior de uma mina no Chile na sequência de um desabamento de solo ocorrido após um sismo esta quinta-feira. A gigante chilena de prospecção de cobre, a Codelco, é a responsável pela operação na mina El Teniente e as suas equipas continuam a tentar chegar aos mineiros soterrados.

Os trabalhadores estão soterrados há mais de um dia, tendo ficado sem contacto com o exterior após um terramoto de magnitude 4,2 na escala de Richter que matou uma pessoa na nova unidade do projecto Andesita. A mina de cobra localiza-se na Cordilheira dos Andes, no centro do Chile.

A Codelco informou que iria adiar a divulgação dos seus resultados financeiros do primeiro semestre, previstos para a manhã de sexta-feira, uma vez que está concentrada nos esforços de salvamento, que foram complicados por sismos secundários.

“Os túneis estão fechados, desmoronaram-se. Não há possibilidade de comunicação mesmo via rádio”, explicou o director-geral da mina El Teniente Andres Music em conferência de imprensa.

A Codelco planeava enviar equipamento operado à distância, semelhante ao funcionamento de robots ou drones, para ajudar os trabalhadores a limpar o material que bloqueia os túneis assim que as réplicas dos abalos abrandaram ao fim da tarde, disse Andres Music.

A empresa suspendeu a extracção de cobre em El Teniente por causa do protocolo de emergência que foi desencadeado, continuando apenas a sua actividade de transformação e fundição, disse Amador Pantoja, um dirigente sindical da El Teniente.



Mina El Teniente, explorada pela Codelco
REUTERS/Pablo Sanhueza

A Codelco, a maior empresa mineira do mundo que se tem debatido com dificuldades para aumentar a produção, não esclareceu ainda a forma como a produção desta mina pode ser afectada.

No entanto, o presidente da Codelco, Maximo Pacheco, disse na conferência de imprensa que as zonas não afectadas da mina devem poder funcionar normalmente. No sector Andesita, 300 metros foram severamente danificados, e outros 400 metros foram moderadamente danificados.

A ministra chilena da Mineração, Aurora Williams, já tinha dito que o governo iria ordenar formalmente à Codelco que suspendesse todas as actividades subterrâneas na mina, como parte do protocolo para acidentes graves.

A Codelco está a investigar se o incidente — que também que deixou nove pessoas feridas — deveu-se a causas naturais neste país propenso à actividade sísmica ou a causas relacionadas com a actividade mineira.

“O evento que registámos ontem é um dos maiores eventos – senão o maior – que a mina de El Teniente sofreu em décadas”, disse Andres Music.

O director-geral disse que o acidente não foi causado por explosivos ou por perfurações, e que as primeiras 48 horas seriam cruciais nos esforços de resgate, para os quais cerca de 100 pessoas se reuniram no local.



Trabalhadores contratados aguardam na entrada do complexo da mina de cobre El Teniente, após vários mineiros terem sido dados como desaparecidos na unidade Andesita, na sequência de um incidente sísmico, em Maitenes, Chile
REUTERS/Pablo Sanhueza


Dificuldades de produção

O Ministério Público chileno também abriu uma investigação criminal para determinar se alguma empresa ou trabalhador violou normas de segurança ou outros regulamentos.

Os cinco trabalhadores presos foram contratados pela construtora Gardilic, enquanto o homem que morreu trabalhava para a Salfa Montajes, também uma construtora, informou a Codelco.

O órgão regulador de mineração do Chile, o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin), disse à Reuters no ano passado que a Codelco foi sancionada 29 vezes desde 2021 e sofreu sete acidentes fatais, com a maioria destes a acontecerem em projectos de construção.

O projecto Andesita é um dos mais recentes da Codelco no seu emblemático complexo em El Teniente, e deveria ter sido inaugurado no segundo trimestre deste ano. Qualquer produção inicial ainda representa uma pequena fracção da produção total da El Teniente, que no ano passado atingiu as 356 mil toneladas métricas.

Mas os atrasos na sua expansão, bem como uma paralisação prolongada em toda a mina, tornarão mais difícil para a Codelco atingir a meta de produção até ao final do ano, dados os desafios que também enfrenta noutros projectos, disse o analista da consultora CRU, Nicolas Munoz.

Prevê-se que Andesita produza entre 60 e 70 mil toneladas métricas por ano quando atingir a sua capacidade total no final da década, afirmou Munoz.



Um camião passa pela entrada da mina El Teniente, perto de Machali, Rancagua, no Chile
EPA/JORGE BUSTAMANTE

No ano passado, a Codelco mal conseguiu superar a sua meta de produção, alcançando os níveis mais baixos em 25 anos.

A El Teniente poderá potencialmente compensar as perdas noutros sectores da extensa mina, disse Munoz, mas a Codelco ainda terá ultrapassar desafios para aumentar significativamente a produção.

“As explosões rochosas e as condições sísmicas levantam questões e representam um desafio para a empresa sobre como irá gerir o futuro, especialmente sabendo que estes sectores são fundamentais para sustentar a El Teniente na próxima década”, afirmou.

A unidade Andes Norte sofreu no ano passado uma explosão de rochas com o impacto de um terramoto de magnitude 3,9, que causou desabamentos em mais de dois mil metros de galerias subterrâneas. Nenhum trabalhador morreu no acidente, mas a Codelco levou um ano para recuperar a produção no sector.

A mina El Teniente, com mais de um século de existência, abrange mais de 4500 quilómetros de túneis e galerias subterrâneas — quase a distância entre o Chile e Nova Iorque — nas montanhas dos Andes, a cerca de 75 quilómetros (47 milhas) a sudeste da capital chilena, Santiago.

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