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“Se não é genocídio, parece muito”, diz comissária europeia Teresa Ribera sobre Gaza | União Europeia

A fome, a deslocação e as mortes na Faixa de Gaza “parecem muito” ser genocídio, disse ensta quinta-feira Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia para a Transição Limpa, Justa e Competitiva, em declarações ao podcast Playbook, do jornal online Politico.

“O que estamos a ver é uma população específica ser atingida, morta e condenada a morrer à fome”, disse Ribera. “Uma população específica está a ser confinada, sem casas — que estão a ser destruídas —, sem comida, água ou medicamentos — sendo-lhes proibido o acesso — e sujeitas a bombardeamentos e disparos mesmo quando estão a tentar obter ajuda humanitária”, continuou.

Morreram já mais de mil pessoas junto a centros militarizados de distribuição de ajuda da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), e ainda na quarta-feira 20 palestinianos foram esmagados por um camião que levava ajuda quando este se virou no caos de uma multidão tentando retirar o que levava, segundo as autoridades do território controlado pelo Hamas.

“Qualquer humanidade está ausente, e não são permitidas testemunhas”, declarou Ribera. Esta semana, uma centena de jornalistas de todo o mundo pediu acesso da imprensa internacional ao território.

“Se não é genocídio, parece-se muito com a definição usada para exprimir o seu significado”, concluiu Ribera, nos comentários mais duros de uma responsável europeia sobre a acção de Israel na Faixa de Gaza.

As declarações de Ribera acontecem quando aumentam as mortes por fome e quando em Israel é debatida uma potencial ocupação total do território, que traria, avisa a ONU (e militares israelitas), uma catástrofe para a população civil, para os militares e para os reféns.

Cada vez mais entidades e personalidades, até em Israel, usam o termo. A organização israelita B’Tselem declarou que as acções do Estado hebraico em Gaza são genocídio, e o escritor David Grossman, um dos gigantes literários de Israel, afirmou que não podia deixar de usar a palavra.

O Tribunal Internacional de Justiça, a mais alta instância judicial da ONU, está a analisar se há um genocídio. A decisão deverá demorar ainda vários anos.

Ribera defendeu que a União Europeia deveria considerar a suspensão do acordo de Associação com Israel, que tem sido revisto mas não suspenso.

A comissária sugeriu que os países que não concordam com a suspensão registassem o desacordo sob a forma de abstenção, permitindo, se houvesse uma maioria, que esta fosse aprovada, já que os “consensos não são sempre unanimidade com entusiasmo”, defendeu.

Para outras medidas mais duras, como sanções, seria mesmo necessária unanimidade, mas Ribera afirma que, se Israel seguir mesmo o caminho da ocupação total da Faixa de Gaza, a comunidade internacional e os países de modo individual “deveriam usar os meios que pudessem assegurar o regresso ao cumprimento” das regras internacionais. “O que tem sido feito pelas autoridades israelitas vai muito além dos limites do direito internacional”, defendeu.

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