O Benfica foi à Reboleira estrear-se na I Liga, frente ao Estrela da Amadora, e o triunfo por 1-0 foi mais do mesmo em vários domínios: Bruno Lage repetiu o “onze” dos últimos três jogos, a equipa repetiu os problemas já mostrados, Trubin repetiu a baliza a zeros e o resultado também se repetiu – apesar das dificuldades, houve a quarta vitória em quatro jogos.
Sem mexer no “onze”, o treinador do Benfica viu a equipa sofrer para ter os avançados em jogo, algo que já aconteceu nas partidas anteriores – o 4x4x2 ainda mostra pouca facilidade de criar jogadas ofensivas quando o adversário está a defender mais recuado e a solução ainda está por encontrar, embora este jogo tenha revelado um possível caminho. Já lá vamos.
O Benfica teve, ainda assim, oportunidades suficientes para resolver o jogo cedo, mas também poderia ter sofrido ainda mais do que sofreu: o Estrela mobilizou muita gente no ataque e teve lances flagrantes de golo para alterarem o desfecho de uma partida que poderia ter dado para tudo.
O “funil” de José Faria
O Estrela levou a este jogo um 5x3x2 que fazia uma espécie de “funil”. Os dois avançados encaixavam nos dois centrais, a defesa tão larga permitia aos laterais/alas ficarem com os extremos do Benfica e os centrais tinham sempre cobertura para “abafarem” os apoios frontais de Pavlidis e Ivanovic – que passaram ao lado do jogo e não conseguiram associar-se aos colegas, algo fulcral num 4x4x2.
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Pavlidis 60′
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Não havia, portanto, espaço para jogar por dentro e a chave para o desequilíbrio parecia ser a postura de Dahl e Dedic. O Estrela movimentava os seus médios-interiores para a cobertura aos laterais do Benfica e quando eram atraídos ao corredor abriam muito espaço que Ríos, Aursnes, Ivanovic e Pavlidis poderiam usar.
O problema é que o Benfica usou pouco essa saída de forçar Jovane e Abraham a saírem ao lateral. Aconteceu aos 16’ e aos 17’, em lances consecutivos em que isso foi criado – primeiro com Dahl, depois com Dedic – neste segundo lance houve Dedic a receber aberto, Jovane deslocado, Aursnes a movimentar-se por dentro e ligação fácil que acabou com remate de Dahl um pouco ao lado.
De resto, o Benfica pouco explorou este filão, que parecia a forma mais eficaz de desmontar o tal “funil” – o Estoril fez isso ao Benfica no ano passado com alguma eficácia.
Outra via de saída que ia resultando nos primeiros minutos era Enzo baixar para deixar os centrais mais confortáveis na construção – fazendo o que fazia Carreras. Aí havia três contra dois avançados, inutilizando a pressão do Estrela – e quando isso não acontecia a equipa da Amadora conseguia obrigar os centrais a baterem logo sem nexo. Por falar em Enzo… o argentino passou a primeira parte em montanha-russa: tanto fazia faltas (foram sete) como passes longos “teleguiados” (foram pelo menos três).
Penálti
Incapaz de activar os avançados e com Aursnes muitas vezes longe (como habitual nesta época, era o lateral-direito do 5x2x3 “encarnado” quando a equipa baixava), o Benfica tinha dificuldade para jogar em ataque posicional, embora o marcador até já pudesse ter mexido de ambos os lados.
Houve dois lances de perigo em transições (um para cada lado, aos 20’ e 42’) e dois lances perigosos em recuperações adiantadas (também um para cada lado, aos 27’ e 38’) – no lado do Estrela a estratégia defensiva era contra-balançada por muita disponibilidade para colocar jogadores em transições – eram quase sempre três, quatro ou mesmo cinco jogadores. E a oportunidade mais flagrante na primeira parte até foi da equipa da Reboleira, num livre estudado que deu falhanço de Chernev.
Benfica estreia-se a vencer no campeonato com um triunfo na Amadora.
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E aos 55’ mais outra – tão ou mais flagrante, numa defesa incompleta de Trubin com má recarga de Godoy. Pouco depois imperou a força dos números: o 4x4x2 permite ao Benfica ter presença ofensiva dentro da área e uma carga sobre Ivanovic num cruzamento de Dahl deu golo de Pavlidis.
A partida ficou, depois, mais “morna”. O Estrela foi tendo claro défice físico na frescura para se chegar à frente e o Benfica foi gerindo a partida com bola, prolongando os ataques e recorrendo às faltas sempre que possível.
Ivanovic ainda teve uma grande oportunidade de golo, mas Lage acabou por fechar a equipa nos últimos minutos – fechar mais ou menos, porque António Silva falhou por displicência e Kikas isolou-se aos 90′ e falhou.
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