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Líderes europeus vão com Zelensky a Washington para discutir a Ucrânia com Trump | Guerra na Ucrânia

Quando esta segunda-feira for recebido por Donald Trump na Casa Branca, Volodymyr Zelensky terá consigo uma verdadeira guarda de honra de líderes europeus para pressionar o Presidente norte-americano a não aceitar as condições propostas por Vladimir Putin para um acordo que possa pôr fim à guerra na Ucrânia.

Este domingo, em sucessão, Ursula von der Leyen, Friedrich Merz, Emmanuel Macron, Giorgia Meloni e Keir Starmer anunciaram que viajarão para Washington para, juntamente com o Presidente ucraniano, discutir o futuro do conflito depois de a cimeira entre Trump e Putin no Alasca, na sexta-feira, ter terminado sem qualquer acordo para um cessar-fogo, que era o objectivo do líder norte-americano.

Segundo várias fontes citadas pela Reuters e pelo jornal britânico Newsportu, o Presidente da Rússia terá terá proposto ceder pequenas parcelas de território ocupado em troca de extensas áreas noutros pontos, nomeadamente as regiões de Donetsk e Lugansk, uma exigência à primeira vista inaceitável para Kiev.

Este domingo, numa conferência de imprensa conjunta em Bruxelas, Volodymyr Zelensky e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinharam a impossibilidade de Kiev ceder voluntariamente territórios à Rússia como parte de um eventual acordo de paz.

Von der Leyen reiterou que, “no que diz respeito às questões territoriais da Ucrânia”, a posição da União Europeia e de Kiev é “clara”: “As fronteiras internacionais não podem ser alteradas através do uso da força. Essa decisão cabe à Ucrânia, e apenas à Ucrânia, mas nunca pela força”, afirmou.

“A Rússia continua sem êxito em Donetsk. Putin tem sido incapaz de a conquistar há doze anos. E a Constituição da Ucrânia torna impossível tanto a cedência de territórios como a sua troca”, declarou por sua vez Zelensky durante a conferência de imprensa.

A presidente do executivo europeu disse também que o termo “cessar-fogo” era menos importante do que a necessidade de parar com as mortes.

“O que importa é o efeito. E o efeito deve ser parar com as mortes”, afirmou Von der Leyen, defendendo a realização “o mais rapidamente possível” de uma cimeira trilateral entre os presidentes dos EUA, Rússia e Ucrânia.

Antes, numa declaração publicada na rede social X, Zelensky dissera que Moscovo está a “complicar” os esforços para pôr fim ao conflito mais mortífero na Europa desde a II Guerra Mundial.

“Vemos que a Rússia rejeita inúmeros apelos para um cessar-fogo e ainda não determinou quando irá parar com as mortes. Isso complica a situação”, afirmou o Presidente ucraniano, acrescentando: “Estamos a preparar-nos para a reunião de segunda-feira com o Presidente Trump, e estou grato pelo convite. É importante que todos concordem que é necessário haver uma conversa ao nível dos líderes para esclarecer todos os detalhes e determinar quais as medidas necessárias e eficazes.”

Para preparar o encontro de segunda-feira em Washington, o Presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer organizam este domingo uma reunião virtual da chamada “coligação dos dispostos” (“coalition of the willing”, em inglês), um grupo de aliados de Kiev que pretende incluir a Ucrânia na discussão sobre o futuro do seu próprio país, potencialmente com um encontro trilateral que sente à mesma mesa Trump, Putin e Zelensky. Ao mesmo tempo, os líderes europeus querem assegurar uma série de garantias de segurança para a Ucrânia que envolvam também os Estados Unidos.

No sábado, Trump declarou que a Ucrânia deveria chegar a um acordo para terminar a guerra com Moscovo porque “a Rússia é uma potência muito grande, e eles [os ucranianos] não são”.

Após a cimeira do Alasca com Putin, Trump telefonou a Zelensky e disse-lhe que o Presidente russo tinha proposto congelar a maioria das linhas da frente se Kiev cedesse a totalidade da região de Donetsk, o centro industrial que é um dos principais objectivos de Moscovo desde que lançou a invasão da Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022. Zelensky rejeitou a proposta, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

A Rússia já controla um quinto do território ucraniano, incluindo cerca de três quartos da província de Donetsk, onde entrou pela primeira vez em 2014.

Trump afirmou ainda que concordava com Putin em que o acordo de paz deveria ser alcançado sem um cessar-fogo prévio — condição exigida por Kiev e pelos seus aliados europeus, um recuo face ao que defendera antes da cimeira realizada em Anchorage.

Regresso à Casa Branca

O último encontro de Zelensky no Salão Oval da Casa Branca, em Fevereiro, terminou de forma desastrosa, com Trump e o vice-presidente J.D. Vance a repreenderem publicamente o líder ucraniano.

Este domingo, o chanceler alemão disse não acreditar que Zelensky possa ser outra vez humilhado em Washington. “Vamos dar-lhe alguns bons conselhos”, disse Friedrich Merz à estação alemã n-tv, antecipando a reunião deste domingo.

Já em declarações à ZDF, Merz sublinhou que, embora seja importante a Europa manter-se unida, os Estados Unidos continuam, para já, a desempenhar o papel decisivo na guerra.

“O Presidente americano tem o poder, tanto a nível militar como através de sanções e tarifas adequadas, de garantir que a Rússia faça mais do que tem feito até agora”, afirmou.

Na sua curta declaração após a cimeira do Alasca, Putin não deu sinais de recuar nas exigências de longa data, que incluem também um veto à entrada da Ucrânia na NATO.

Mark Lyall Grant, que foi conselheiro de segurança nacional do Reino Unido durante parte do primeiro mandato de Trump, afirmou que a cimeira representou uma “clara vitória” para Putin, já que Trump abandonou o apelo anterior a um cessar-fogo imediato.

Ainda assim, destacou, em declarações à Reuters, como positivo o facto de os EUA parecerem dispostos a envolver-se em garantias de segurança para a Ucrânia.

“Isso é absolutamente crucial porque, para além da questão das trocas territoriais, que é muito complicada, o mais importante a longo prazo são as garantias de segurança para o que resta da Ucrânia, para que Putin não faça o que normalmente faz: ganhar tempo para se rearmar e regressar mais tarde para exigir ainda mais”, disse.

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