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O oitavo passageiro da saga Alien desceu à Terra | Streaming

No futuro, há cinco empresas que basicamente tomaram conta de tudo na Terra e na vida humana em geral, que inclui agora o espaço intergaláctico colonizado. Uma delas é a célebre Weyland-Yutani, uma mega-corporação que organiza expedições ao espaço para apanhar e controlar extraterrestres, em viagens que duram décadas. Célebre por ser uma das protagonistas da mítica saga iniciada em 1979, com o filme Alien O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott.

Estas empresas, que competem entre si de forma brutal, querem a chave para a imortalidade e há três formas de a conseguir, diz-nos o início de Alien: Planeta Terra, a nova série do filão, cuja acção se passa antes do primeiro filme da saga: através dos ciborgues, seres humanos que foram melhorados pela tecnologia; dos sintéticos, que são 100% máquina; e dos híbridos, que são consciências humanas em corpos sintéticos. Dependendo de qual destes seres se tornar dominante, as empresas que estão por trás deles ver-se-ão ou não recompensadas.



“No espaço, ninguém o ouve gritar”, lia-se no poster do filme original. E na Terra? Como o título indica, esta série de oito episódios — apenas seis foram mostrados à imprensa —, uma criação de Noah Hawley que se estreou no Disney+ na passada quinta-feira depois de sucessivos atrasos (está a ser preparada desde 2019), passa-se em grande parte no planeta que (ainda) habitamos. Hawley é um argumentista dado a emulações. Foi ele quem trouxe o universo de Fargo, dos Irmãos Coen, para a televisão, na série homónima que se inspira no filme de 1996 e inventa novas histórias e personagens em muito devedoras do original, mas diferentes.

É um bocado isso que faz também aqui, dentro do universo Alien e indo igualmente beber a Aliens: O Recontro Final, de James Cameron (1986). A estética, em Alien: Planeta Terra, é a do futuro imaginado em 1979, antes da chegada de muita da tecnologia que hoje temos. As comunicações em computador, por exemplo, fazem-se em letra verde rudimentar, a piscar num monitor antiquado.

Há duas partes nesta história. Na Terra, Boy Kavalier (Samuel Blenkin), rapaz-prodígio (é assim que ele se apresenta) tornado magnata multimilionário megalómano e CEO da Prodigy Corporation, outra das cinco empresas monopolistas, está a fazer experiências com híbridos, muito inspirado em Peter Pan o livro de J.M. Barrie, neste caso, mas a série aproveita o facto de ter à sua disposição um século de conteúdo Disney, incluindo A Idade do Gelo.

Marcy, uma criança de 11 anos, tem uma doença terminal e vai tornar-se a primeira híbrida, cabeça infantil num corpo sintético adulto, sob o nome de Wendy (Sydney Chandler) — e continua a ligação a Peter Pan. Pouco depois, uma nave da Weyland-Yutani, numa expedição destinada a trazer para a Terra espécimes extraterrestres (não são só os xenomorfos, os vilões normais da saga, há outras espécies por aqui…), despenha-se numa cidade pertença de Kavalier. Uma equipa é enviada para a resgatar.

No meio dessa equipa encontra-se o irmão de Marcy/Wendy, que nem sabe que a irmã está viva. Mas será que a circunstância de a consciência dela ter sido posta num corpo sintético significa que Marcy continua mesmo a existir? É uma das múltiplas perguntas sobre as quais a série tenta pensar, muito interessada em explorar a humanidade dos robôs e a roboticidade dos humanos, mas também em reflectir, na boa tradição Alien, sobre futuros distópicos em que empresas sem escrúpulos mandam em tudo.

A intriga demora um pouco a arrancar, mas estão cá todos os arrepios e todas as sombras, toda a excitação e todo o pavor que se esperam do mundo Alien. Pode estar em parte a reproduzir os filmes, mas Noah Hawley, que também foi o responsável por Legion, idiossincrática série de super-heróis Marvel fora do universo cinematográfico principal, tem aqui muito espaço para injectar a sua personalidade e o seu gosto pelo abstracto. No elenco, há gente como Timothy Olyphant, Alex Lawther, de Andor (série prequela de Star Wars com muitos pontos em comum com esta em termos de ambição e de movimentações dentro de um universo pré-existente), Babou Ceesay, Essie Davis, Adarsh Gourav, Adrian Edmonson ou Moe Bar-El.

Nos anos 1980, quando se reuniu com o chefe do estúdio e os produtores executivos para se candidatar ao trabalho de realizador do segundo Alien, James Cameron terá explicado a sua visão para o filme é o próprio que o conta escrevendo “Aliens” numa folha de papel, com dois tracinhos verticais no “S”, assim transformado num cifrão. Disseram-lhe logo que sim. Ninguém precisava de um segundo Alien, como ninguém precisa de Alien: Planeta Terra. Mas, a existir, é bom que seja assim.

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