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A cadela Maple costumava trabalhar para a polícia. Agora, salva abelhas | Biodiversidade

Equipada com um fato de apicultor personalizado e um capuz para cobrir as orelhas caídas, Maple, uma antiga cadela polícia norte-americana, tem uma importante tarefa durante a reforma: ajudar a salvar milhares de colmeias.

Depois de passar os últimos cinco meses a farejar colónias de abelhas em Michigan à procura de loque americana, uma bactéria altamente contagiosa e fatal para os insectos, Maple, uma english springer spaniel, usa o extraordinário olfacto como uma “ferramenta de triagem de alta velocidade” para evitar que os apicultores tenham que inspeccionar manualmente cada colmeia.

A loque americana só se torna detectável pelo olfacto humano quando atinge uma infecção grave, momento em que a colónia já corre o risco de morrer, explicou Meghan Milbrath, investigadora e professora assistente de Entomologia na Universidade de Michigan.

“Basicamente, a Maple transforma todo esse esforço em alguns minutos a correr e a cheirar”, disse Milbrath sobre a cadela de nove anos, que trabalha no pólo científico dedicado a polinizadores da universidade (Pollinator Performance Center, em inglês).

O objectivo final é que o trabalho de Maple sirva como modelo para ensinar cães a detectar doenças em abelhas. Isso faz parte de um esforço mais amplo de conservação das abelhas num ano recorde de mortalidade de colónias nos Estados Unidos, de acordo com um estudo da Inspectores de Apiários da América, da Universidade Auburn e da Universidade de Oregon.

As mortes parecem ser causadas principalmente por pesticidas, patógenos, má nutrição e pragas, disse Milbrath.

O desaparecimento de colónias, estimado em 56% no período de Abril de 2024 a Abril de 2025, resulta num “desafio crescente para responder à procura por polinização de culturas e produção de mel nos EUA”, concluiu o estudo.

Maple segue as pegadas de outros “cães apicultores” em todo o país que se dedicaram à conservação, incluindo Darwin, um pointer alemão de pêlo curto da Carolina do Norte; Mack, um labrador retriever aposentado de Maryland; e o sucessor de Mack, Tukka, um springer spaniel.

A transição de Maple para a conservação das abelhas aconteceu depois de se ter reformado por motivos médicos do trabalho policial, explicou a treinadora de longa data, Sue Stejskal, que também é nova na apicultura.

Maple deu um passo em falso e magoou-se enquanto trabalhava num caso arquivado no Canadá, descreveu a treinadora. Esse acontecimento forçou-a a afastar-se em Abril de 2024, depois de sete anos como cão de busca de cadáveres. Stejskal reformou-se também.

Por sorte, Stejskal foi apresentada a Milbrath na mesma época em que a Michigan Alliance for Animal Agriculture (Aliança pela Agricultura Animal do Michigan, numa tradução livre) abriu inscrições para financiamento de subsídios. A equipa da Universidade de Michigan apresentou um projecto sobre o desenvolvimento de recursos para apicultores e a gestão de doenças bacterianas, concordando que Maple e Stejskal trariam a experiência necessária.

Embora o novo “odor alvo” de Maple seja diferente do anterior, Stejskal acredita que os fundamentos são os mesmos. Os treinadores expõem os cães a um cheiro, oferecem uma recompensa e ensinam o cão a realizar uma acção, que significa que encontrou o cheiro que se procura. No caso de Maple, senta-se.

Mas as colónias de abelhas apresentam muitos cheiros novos e estimulantes para o faro apurado de um cão, por isso, Stejskal acredita que precisa de treinar Maple para se familiarizar e sentir confortável com o novo ambiente e depois concentrar-se no novo cheiro.

“A ressalva de trabalhar com abelhas é que tivemos de a equipar”, lembra Stejskal. A treinadora trabalhou com a nora para criar um equipamento de protecção individual. Escolheram um fato de apicultor infantil e modificaram as medidas, embora ainda estejam a aperfeiçoá-lo.

Stejskal ajusta o fato de apicultor de acordo com o clima, às vezes acrescenta um colete mais fresco, e garante que Maple faz pausas para beber água quando necessário. O traje de Maple fica completo com umas botas para cães. Stejskal e Maple — que são família desde que a cadela tinha dez semanas — têm gostado de se dedicar juntas à conservação das abelhas.

“É o passatempo de ambas na reforma. A Maple está feliz; funciona para ela”, disse Stejskal. “Chamo a isto trabalho, mas para a Maple é diversão”.


Exclusivo PÚBLICO / The Washington Post

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