Depois de dias com o cenário de eleições antecipadas, surge uma outra via, se ainda puderem ser evitadas.

Há ministros com opiniões diferentes. De manhã, o ministro da Coesão defendeu que, se o PS retirasse a comissão de inquérito, a moção de confiança também poderia cair.

À tarde, o ministro da Presidência veio desmentir Manuel Castro Almeida e garantir que a moção vai mesmo ter de ser votada.

Num cenário de eleições antecipadas, cada vez mais provável, embora Pedro Passos Coelho tenha repetido que não está disponível, o seu nome volta a pairar.

Quando um denso nevoeiro se abate sobre a política portuguesa, há quase sempre uma certeza: o nome de Passos Coelho começa a circular.

No seio do PSD, a mira será apontada a quem ousar desafiar Luís Montenegro. Mas, se Montenegro perder as mais que prováveis legislativas antecipadas, o D. Sebastião pode mesmo regressar.

De acordo com o Expresso, o Presidente da República já começou a sentir as movimentações no partido do Governo, mas teme-se que, se Passos voltar, ele possa voltar para dar as mãos a André Ventura.

No dia em que defendeu um entendimento com o Chega, Passos Coelho também deu os parabéns a André Ventura pelo desempenho que tem tido no parlamento.

Mas, para já, é preciso enfrentar uma semana que está a dividir todos, incluindo o Governo. No Conselho de Ministros, há quem esteja a remar em direções opostas.

Mas nem todos no Governo pensam assim. O ministro Pedro Duarte já veio contrariar o colega, afirmando que retirar a moção de confiança não está em cima da mesa, enquanto o ministro Leitão Amaro diz que essa nem sequer é a questão central.

Para já, o calendário não sofreu alterações. A moção de confiança vai ser discutida e votada na terça-feira.