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A praia da esquerda também é a economia e até com mais soluções | Opinião

A imagem de Vladimir Putin ao comando de um tanque a entrar em Portugal cruzando a fronteira espanhola talvez tenha sido o momento, pela alegoria, em que Mariana Mortágua e Rui Tavares estiveram tão longe como a ilusão óptica da mesa do estúdio da SIC Notícias nos dava a entender. O líder do Livre apenas respondeu com “não quero que se pense que Putin é uma gripezinha, como Bolsonaro dizia da covid”.

A grande divergência entre os dois está na defesa de uma União Europeia a investir mais em armas para travar tentações de líderes autoritários como o Presidente russo ou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como Tavares defende, ou a posição contrária de Mortágua, salientando que a habitação, a saúde e a educação devem ser os pilares essenciais da Europa e não a defesa.

“O Bloco defende a cooperação militar a nível europeu, o que nos diferencia é se devemos gastar mais em armas: o Bloco entende que não, o Livre entende que sim”, resumiu Mariana Mortágua, para quem o projecto europeu não pode ser o da corrida ao armamento, mas o da Europa social: habitação, serviços públicos e questões ambientais. Até porque, disse e repetiu, não faltam armas à Europa porque andou a enviá-las para Israel cometer o genocídio em Gaza.

O líder do Livre ainda chamou à baila os veteranos do Bloco de Esquerda (BE), como Francisco Louçã e Fernando Rosas, para lembrar que um defendeu a saída do euro e outro afirmou que não choraria uma lágrima pelo fim da UE, tentando assim diferenciar os dois partidos pela via do europeísmo, mas sem grande vontade de explorar esse filão. Até porque Mortágua logo aproveitou para sublinhar que o Bloco não defende a saída do euro.

Onde os dois mais convergiram foi na indignação perante a pergunta inevitável sempre que alguém de esquerda propõe a política de taxar os mais ricos, se não se corre o risco de eles fugirem. “Cabe-nos a nós fazermos para que não possam fugir”, disse a coordenadora do BE, acrescentando que “temos de levar a sério as leis que fazemos” e evitar os “alçapões” legais que são sempre bem aproveitados por quem quer fugir às suas obrigações.

No fim de um debate cordato entre representantes de projectos políticos muito próximos, em que até no tempo gasto estiveram quase emparelhados (antes do minuto final, havia uma diferença de quatro segundos favorável à coordenadora do Bloco), Rui Tavares deixou no ar aos eleitores que, independentemente das diferenças, o que é preciso é votar à esquerda, seja num projecto ou no outro.

“Olhem para a esquerda, até para aquilo que a direita diz que é a sua praia, que é a economia”, disse Tavares. Até pela diversidade de opiniões, porque “à esquerda há várias respostas” para resolver as questões económicas, enquanto “a direita só tem uma: baixar impostos”.

Uma ideia secundada por Mariana Mortágua, para quem esta campanha se resume à “capacidade da esquerda de ter mais deputados para impor medidas, medidas que resolvam a vida das pessoas”. Porque todos sabemos, disse, a estratégia de Pedro Nuno Santos e do PS “é ter mais um voto que o PSD e depois governar com o apoio do PSD”.

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