A Academia Portuguesa de Cinema rejeitou na passada sexta-feira, 25 de abril, as críticas feitas pelo ator Edgar Morais, coprotagonista do filme “Um Café e um Par de Sapatos Novos”, que anunciou o seu afastamento da instituição, alegando “falta de transparência e imparcialidade” nos processos internos, particularmente no que respeita às nomeações para os Prémios Sophia 2025.
Em entrevista ao SAPO Mag, Paulo Trancoso, presidente da Academia, reagiu às acusações afirmando: “Rejeitamos totalmente essas críticas. É interessante perceber que o afastamento ocorreu após a primeira volta de nomeações, quando, ao perceber que não foi nomeado, o ator reagiu dessa forma. Lamentamos profundamente essa situação, pois, infelizmente, situações como esta acontecem em todas as academias. Quando há egos feridos, muitas vezes surgem reações impulsivas que poderiam ser mais ponderadas.”
O caso ganhou visibilidade depois de Edgar Morais, coprotagonista no filme do realizador albanês Gentian Koçi, ter criticado publicamente o sistema de votação e a falta de reconhecimento da sua prestação no projeto, destacando ainda alegados favoritismos e conflitos de interesse. “Como pode uma instituição afirmar representar o cinema português quando nem sequer se dá ao trabalho de conhecer os filmes que nomeia?”, acusou o ator numa carta aberta publicada nas suas redes sociais.
Recentemente, voltou a manifestar-se com críticas dirigidas à Academia. “Fui informado que, mesmo não estando oficialmente nomeado para este tão justo e nada corrupto prémio, continuo como opção na plataforma para a fase final da votação! Que prestígio! Vejam lá o filme bem e não se confundam e não votem no ator errado, o coprotagonista do filme é o Rafael ‘Morales’. Estes prémios têm uma legitimidade imensa, e são também um orgulho, para mim e Portugal!!”, escreveu o ator, num tom irónico.
Apesar de lamentar o episódio, Trancoso sublinhou o trabalho contínuo da instituição para melhorar os seus processos internos: “A Academia tem procurado melhorar continuamente a transparência e a eficiência dos seus processos. Este ano, lançámos uma nova plataforma de votações, mais moderna e eficaz, que visa facilitar e garantir maior clareza nas votações. Estamos sempre a evoluir e a melhorar, mas rejeitamos categoricamente o que foi dito.”
Quando confrontado com comparações entre esta situação e o caso de 2020 — quando as atrizes Anabela Moreira e Margarida Moreira, coprotagonistas do filme “Diamantino”, passaram por uma controvérsia semelhante —, Paulo Trancoso afastou qualquer paralelo direto: “São casos diferentes. No caso das atrizes Anabela e Margarida Moreira, ambas desempenhavam papéis idênticos e a interpretação era conjunta. Já no caso dos irmãos Morais, cada um tinha uma personalidade própria e interpretava de maneira distinta.”
O presidente esclareceu ainda que a inscrição para as candidaturas aos prémios é responsabilidade das produtoras, que submeteram separadamente os dois irmãos para as nomeações.
Este episódio acontece numa altura em que a Academia se prepara para a 14.ª edição dos Prémios Sophia, que acontecem já amanhã, dia 27 de abril, com transmissão em direto na RTP2 pelas 21h30.
#Academia #Portuguesa #Cinema #rejeita #críticas #Edgar #Morais #lamenta #reações #impulsivas #Atualidade