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Ainda estamos a tempo | Opinião

Não pertencemos a nenhum partido, mas preocupamo-nos com a nossa cidade. Há uma responsabilidade enorme para os portuenses que não se resignam e que querem pensar e agir de outra maneira. Para quem quer um projeto que concilie a tradição popular do Porto com a necessidade de políticas locais avançadas, pensadas em torno do bem comum, do cuidado com as pessoas e com o planeta. Para quem quer criar pontes entre ativismos pela habitação, mobilidade, justiça climática, pelo trabalho com direitos, de solidariedade com os imigrantes, de afirmação da agenda feminista, da resistência queer, das redes de entreajuda. É preciso construir, sem sectarismos, um programa para uma outra cidade, na contramão dos últimos anos.

Mesmo com progressos em algumas áreas, como a recuperação do teatro municipal, a não privatização do mercado municipal, ou a criação de novos espaços para o cinema, os 12 anos de Rui Moreira acentuaram a especulação, não resolveram os problemas de habitação e da pobreza, não foram capazes de regular de forma equilibrada o turismo, nem de criar uma relação mais saudável com as expressões de autonomia da sociedade civil e da organização cultural e popular.

Respeitando e valorizando a autonomia de programa e de decisão de cada partido, sentimos que era importante uma alternativa forte ao projeto de governação dos últimos anos e às candidaturas (e são pelo menos três), que se colocam na continuidade desse projeto e cujas equipas são compostas por quem fez dele parte. Tememos, por outro lado, que PCP, Bloco de Esquerda e Livre acabem por, concorrendo sozinhos, não garantir a eleição de vereadores da esquerda no próximo executivo. Apelamos a que, à esquerda, se possam ainda fundir candidaturas, incluindo no processo outras expressões da cidadania e elegendo vereadores comprometidos com outra forma de viver e fazer o Porto. Os tempos são exigentes. E ainda estamos a tempo.

Ana Deus, cantora
Ana Matos Fernandes (Capicua), música
Bernardo Amaral, arquitecto
Clara Não, autora
Gonçalo Amorim, encenador
Hugo Cruz, criador, programador cultural e professor
Júlio Moreira, gestor e produtor cultural
Manuel Vitorino, jornalista
Manuela Guimarães, dirigente da BASE-FUT
Maria José Espinheira, ex-membro da Assembleia Municipal do Porto
Nuno Cardoso, encenador
Regina Guimarães, escritora
Rui Graça Feijó, investigador e ex-vereador da Câmara Municipal do Porto
Sara Barros Leitão, actriz e encenadora
Valdemar Cruz, jornalista

Os autores escrevem segundo o novo acordo ortográfico

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