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Alemanha: 100 dias de Merz, o chanceler da política externa | Europa

Friedrich Merz prometeu mudar, e mudar rapidamente: a Alemanha precisava e ele iria cumprir. O diário Frankfurter Allgemeine Zeitung lembra que Merz prometeu diferenças que iriam ser sentidas logo no Verão e o seu chefe de gabinete disse que não seriam precisos “cem dias, mas apenas 70” para isso.

Cem dias depois, elas não aconteceram, diz o jornal no seu balanço de 100 dias de Governo Merz, de coligação entre a União Democrata Cristã /União Social Cristã (CDU/CSU) e o Partido Social Democrata (SPD).

“Os próprios parceiros de coligação estão desiludidos”, diz pelo seu lado a emissora pública ARD, citando o líder do grupo parlamentar da CDU Jens Spahn. Mas Spahn também afirmou que o que disse serem sucessos do Governo: a redução da imigração e dos custos de energia, além de terem sido criadas condições para crescimento económico (durante a campanha, Merz bateu na tecla do estado da economia para criticar o governo de Olaf Scholz).

Em relação a muitas questões, Merz “agiu como um CEO que toma decisões sozinho”, avalia a estação de televisão pública ZDF. Do lado do SPD, a líder Bärbel Bas pediu um novo começo em termos de comunicação.

O chanceler é criticado pelo seu próprio campo (por causa da suspensão de exportação de armamento que possa ser usado na Faixa de Gaza a Israel) e pela sua coligação (por causa da nomeação de uma juíza apoiada pelo SPD para o Tribunal Constitucional que os conservadores não apoiaram no Parlamento; a própria juíza, Frauke Brosius-Gersdorf, acabou por se afastar do processo dizendo não querer criar uma divisão na coligação).

Se o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) começa a sua análise dos 100 dias com a não concretização de reformas, do outro lado do espectro político o diário Die Tageszeitung (TAZ) sentencia que o chanceler não conseguiu ter “a receita contra a direita”, ou seja, a Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido entretanto considerado de extrema-direita pelos serviços secretos internos do país, criticando a CDU/CSU “por até agora ter tido uma única ideia” nesta área, “a tentativa de vencer a AfD no seu próprio jogo com uma política anti-imigração dura”.

AfD em primeiro em sondagem

A mais recente sondagem, divulgada na terça-feira, dava a Alternativa para a Alemanha (AfD) em primeiro lugar nas intenções de voto com 26%, e os conservadores da CDU/CSU em segundo com 24% (o partido ficou pela primeira vez à frente de todos os outros numa sondagem a nível nacional em Abril, ainda antes da tomada de posse do Governo). Mais longe estava o SPD com 13%, tal como os Verdes e Die Linke, com 11%. Se as eleições fossem hoje manter-se-iam fora do Parlamento a Aliança Sahra Wagenknecht com 4% e os liberais democratas com 3%.

Nas eleições de Fevereiro, a CDU/CSU obteve 28,5% e o SPD 16,4%, que já foram valores especialmente baixos (o segundo pior resultado de sempre para a CDU/CSU e o pior da história do SPD).

O FAZ diz ainda que a popularidade de Merz nos primeiros cem dias, de 32% segundo a Infratest/Dimap (29% segundo a Forsa), é mais baixa do que outros chanceleres após o mesmo período de governo – Olaf Scholz, que depois veio a quebrar recordes de baixa popularidade, tinha 56%.

Mas se a situação interna está longe de ser boa, a avaliação de Merz na esfera externa é vista com muito mais bons olhos, com Merz a mostrar “brilho” no palco externo, diz a análise da estação de televisão ZDF.

Em relação aos EUA, Merz passou incólume pela sua visita à Casa Branca, “não sendo exibido como outros antes de si no palco de um circo” imprevisível, opinou na análise da ZDF Wulf Schmiese, o vice-director da estação, dando ainda como exemplo da posição de Merz a viagem junto com o Presidente francês, Emmanuel Macron, ​e os primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Strarmer, e da Polónia, Donald Tusk, de comboio até Kiev, onde pediram um cessar-fogo

E nem de propósito, o 100.º dia de Merz como chanceler foi marcado pela visita do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a Berlim, onde participou numa cimeira virtual com Trump e outros líderes europeus e da NATO.

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