A Alemanha não é só Berlim e, na verdade, nem sequer é essa a cidade que os portugueses mais visitam. Em termos de dormidas, a Baviera está à cabeça do ranking seguida de Berlim e do estado da Renânia do Norte e Vestefália. Ou seja, Munique é a preferida dos portugueses, segue-se Berlim, e no terceiro destino ficam cidades como Dusseldorf, Colónia, Dortmund ou Bona. O país é o segundo na Europa mais visitado pelos europeus, adiantou Ulrike Bohnet, directora do Turismo Alemão para Portugal e Espanha, num encontro com jornalistas, em Lisboa, nesta semana.
No ano passado, as dormidas de portugueses na Alemanha totalizaram 544.282, uma ligeira quebra de 0,2% em relação a 2023 que Ulrike Bohnet desvaloriza. “O mercado português na Alemanha apresentou uma muito boa recuperação, com um crescimento de 105% face a 2019, apesar de termos tido uma pequena descida de 0,2% no ano passado”, contabilizou, interpretando que se tratou de um ano de “ajustamento”, depois de um “crescimento explosivo”.
Com 57,4 milhões de viagens, a Alemanha é o segundo destino dos europeus, atrás de Espanha (79,2 milhões) e à frente de França (43,1 milhões). E é o primeiro destino cultural (18,7 milhões de viagens) e o segundo (6,7 milhões de viagens) para férias em plena natureza para os europeus. Quanto aos portugueses, a grande maioria (91%) não fica mais do que quatro noites, enquanto a estadia média em viagens de lazer é de 7,1 noites. Por isso a responsável pelo turismo reforça o slogan, dado a conhecer há um ano e que se mantém actual: “Stay Longer“, um convite para que os portugueses fiquem mais tempo. Até porque é “mais sustentável”, reforça Ulrike Bohnet.
Uma das razões porque a Alemanha é um destino interessante para os portugueses é o acesso, ou seja, as ligações aéreas, que vão aumentar, declara Thomas Ahlers, director-geral de vendas da Lufthansa em Portugal, recordando que a companhia aérea faz a ligação entre os dois países há 70 anos. Actualmente, existem 182 voos semanais, 26 diários, mais 13% que em 2024.
E o que há para ver no país de Goethe? Ulrike Bohnet destaca várias vertentes, com campanhas relacionadas. Temos a Alemanha enquanto país de cultura, além da música e da literatura, mas também de muito enoturismo. O turismo de natureza e o turismo sustentável continuam a ser pilares, assim como os mercados de Natal.
Ulrike Bohnet na apresentação aos jornalistas, em Lisboa, na terça-feira
João Granja
De volta à cultura, este ano assinala-se o 275.º aniversário da morte de Bach e o 50.º da rota dos Contos de Fadas, numa homenagem aos irmãos Grimm e a todo o seu imaginário, que se faz num percurso que inclui cidades como Hanau (onde nasceram os Grimm) até Bremen — 600 quilómetros que se podem percorrer de carro, de comboio ou de barco, enumera a directora do Turismo, destacando o museu Grimm Welt, em Kassel, moderno e interactivo; mas também as cidades medievais como Marburg, Hannoversh ou Hamelin, onde o flautista encantou as crianças, um conto que é replicado ao vivo, sublinha.
É ainda possível dormir nos castelos de Rapunzel e da Bela Adormecida, os castelos de Trendelburg e Sababurg, respectivamente – sendo que este último tem reabertura prometida para 2028. Quanto a Bach, são 325 quilómetros de história para percorrer pela Turíngia, Saxónia-Anhalt e Saxónia. Existe até um percurso de bicicleta, destaca. É em Leipzig que fica o museu dedicado ao compositor e onde decorre a Bachfest de 12 a 22 de Junho — coros internacionais interpretam 66 cantatas que Bach compôs quando era director musical na Igreja de São Tomás.
Também há a destacar os 150 anos do nascimento de Thomas Mann, em Lübeck — a sua casa está fechada e reabre no próximo ano. E há ainda a assinalar o bicentenário da famosa Ilha dos Museus de Berlim, património da UNESCO, embora Ulrike Bohnet lamente a continuação do encerramento do Pergamon para obras, que se vão prolongar por mais um ano. “Reabre em 2027”, diz, referindo ainda a rota romântica, com 460 quilómetros, de Würzburgo a Füssene, a mais antiga do país (celebra 75 anos); e o 50.º aniversário do parque de diversões Europa-Park, em Rust, o segundo maior depois da Disneyland Paris. São muitas as razões para visitar o país, resume.
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