Vivo Novidades

Blog Post

Vivo Novidades > Notícias gerais > Arquitecta Yasmeen Lari ganha o Prémio Carreira da Trienal de Lisboa | Arquitectura

Arquitecta Yasmeen Lari ganha o Prémio Carreira da Trienal de Lisboa | Arquitectura

Yasmeen Lari, aquela que foi a primeira mulher arquitecta do Paquistão, é o Prémio Carreira 2025 da Trienal de Arquitectura de Lisboa. “A sua carreira, que abrange mais de seis décadas, é um poderoso testemunho do papel que a arquitectura pode desempenhar na melhoria das condições de vida das pessoas, desafiando a desigualdade, resistindo ao colapso ecológico e construindo um futuro mais justo”, lê-se no comunicado enviado à comunicação social.

Em resposta às inundações que atingiram o Paquistão em 2022, destaca ainda a Trienal de Lisboa no comunicado, “Yasmeen Lari comprometeu-se a ajudar a construir mais de um milhão de casas, guiada pela sua filosofia dos ‘quatro zeros’: zero carbono, zero resíduos, zero doadores e zero pobreza”. Em 2005, quando o seu país sofreu um terramoto devastador, “Lari voltou a expandir a sua prática, abraçando o que descreve como uma ‘acção humanitária humanista’ da base para o topo” e reescreveu “o papel da arquitectura contemporânea, especialmente em áreas profundamente afectadas por crises sociais e climáticas”.

O júri do prémio, formado pelos arquitectos Inês Lobo, Lígia Nobre, Samia Henni, Sandi Hilal e Yuma Shinohar, considerou que “atingir este objectivo sem depender de quaisquer donativos, filantropia ou ajudas financeiras externas reforça ainda mais o valor único do trabalho de Lari”.

O Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp, atribuído de três em três anos, distingue ateliers ou pessoas no activo com um impacto profundo, pelas suas obras ou pelas suas ideias, na prática e no pensamento arquitectónico contemporâneo, explica a organização no site oficial, e os candidatos são nomeados por diversas individualidades.

Yasmeen Lari virá a Portugal de 2 a 4 de Outubro, para a abertura da edição deste ano da Trienal de Arquitectura de Lisboa. Participará numa conferência pública e receberá o prémio, cujo troféu é pela primeira vez desenhado por Álvaro Siza e fabricado a partir de resíduos de mármore de Estremoz.

“A arquitectura tem de mudar se quiser continuar a ser relevante. O nosso trabalho não é apenas para pessoas ricas; as comunidades pobres de todo o mundo precisam de bom design, porque tem um valor ainda maior para elas”, considera Yasmeen Lari, citada no referido comunicado. “É por isso que penso que o meu trabalho é reconstruir vidas: criar ‘escadas de saída da pobreza’ renunciando ao controlo do processo através da co-construção e da co-criação. Fazemo-lo partilhando conhecimentos e mobilizando aldeias – uma aldeia de cada vez.”

Nascida em 1941 no Paquistão, Yasmeen Lari estudou Arquitectura em Oxford. Depois de se formar, regressou ao seu país de origem, onde fundou o seu próprio atelier. Em 2000 afastou-se do atelier para se focar no trabalho da Heritage Foundation of Pakistan, uma fundação que se dedica à preservação e promoção da arquitectura local, sustentável e vernacular.

Nesta sua sétima edição, a Trienal de Arquitectura quer medir o peso das cidades, e vai lançar um conjunto de perguntas a partir da questão principal – “Quão pesada é uma cidade?” –, cruzando projectos de arquitectura, arte e ciência, análise espacial e territorial, e lançando debates “que apontem para um entendimento de como a arquitectura, as cidades, a tecnologia e a biosfera podem interagir”, adiantou-se na conferência de imprensa de apresentação da programação, em Março. Três exposições, a realizar no MAAT Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, no MAC/CCB e Centro de Arquitectura do Centro Cultural de Belém, e no MUDE Museu do Design e da Moda​, acompanhadas de um ciclo de conferências na Gulbenkian, serão o centro do programa.

O arquitecto Álvaro Siza já recebeu o Prémio Carreira Trienal de Lisboa em 2010, sendo até agora o único português premiado. Já foram também distinguidos a arquitecta do Bangladesh Marina Tabassum (2022), a arquitecta norte-americana Denise Scott-Brown (2019), o atelier francês Lacaton & Vassal de França (2016), o crítico britânico Kenneth Frampton (2013), e o arquitecto italiano Vittorio Gregotti (1927-2020), em 2007.

#Arquitecta #Yasmeen #Lari #ganha #Prémio #Carreira #Trienal #Lisboa #Arquitectura

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *