Já está a funcionar a gigantesca bateria de areia que no próximo inverno vai ajudar a aquecer Pornainen na Finlândia, com dois grandes benefícios: ajudar a aproveitar melhor a energia produzida por fontes renováveis e diminuir a pegada de carbono da cidade.
Para já é a maior da sua “família” (leia-se, entre os sistemas de armazenamento térmico à base de areia ou rocha), mas promete ser um exemplo que vai inspirar outros, graças aos ganhos que pode trazer para o ambiente e também em termos financeiros.
As baterias de areia usam, como o nome indica, areia ou rocha triturada como material para absorver e reter calor, na forma de energia térmica. Neste caso, foram usados fragmentos de pedra-sabão, desperdício da atividade de uma fábrica de chaminés local. No interior do silo com 13 metros de altura e 15 metros de largura estão 2 mil toneladas de pedra britada.
Um sistema deste tipo pode reduzir consideravelmente o recurso a fontes de energia não renováveis, como o petróleo, que ainda é amplamente usado nos sistemas de arrefecimento industriais. Pode também contribuir para minimizar outros impactos ambientais de fontes de calor menos prejudiciais, mas ainda assim com algum impacto ambiental. Por exemplo, na cidade de Pornainen são queimadas aparas de madeira para criar a energia térmica que alimenta a rede de aquecimento da cidade. Estima-se que o consumo desta matéria-prima possa agora ser reduzido em 60% e com isso o tempo de combustão também baixará consideravelmente. Contas feitas, a cidade acredita que vai conseguir reduzir a pegada ambiental em 70% com esta ajuda.
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A gigante bateria de areia da Polar Night Energy foi também pensada para ajudar a resolver outro problema crítico no aproveitamento da produção de energia através de fontes renováveis. O calor que chega ao sistema de armazenamento tem origem na energia produzida e em excedente através de sistemas solares ou eólicos.
Essa energia é transformada em calor através de um processo realizado antes de chegar à central de armazenamento. O ar quente é enviado através de tubagens para dentro da bateria e retido pela areia, que consegue mantê-lo nessas condições por longos períodos.
Esta bateria da Polar Night Energy fornece 1 MW de energia térmica e pode guardar até 100 MWh. No processo de recuperação da energia armazenada para aquecimento perde-se 10% a 15% do calor, o que ainda assim faz desta utilização uma das mais eficientes para este tipo de sistema. A temperatura à saída pode atingir os 400°C.
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A energia térmica ali guardada também pode ser usada para produzir eletricidade, mas a conversão é menos eficiente e mais dispendiosa. Ainda assim, a empresa também está a trabalhar num sistema para esse fim.
A Polar Night não revelou os custos associados ao projeto. Há anos, quando apresentou um protótipo mais pequeno explicou que o custo de um sistema deste tipo era de 25 dólares por kilowatt-hora, como lembra o TechCrunch, um valor que possivelmente já terá baixado. As baterias de lítio mantêm um rácio próximo dos 115 kilowatts-hora, segundo a mesma fonte.
A startup finlandesa já trabalha nestes projetos há vários anos. Em 2022 instalou a primeira bateria de areia do mundo a dar suporte a um projeto comercial, numa outra cidade da Finlândia. Esta é 10 vezes maior.
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