Como já era esperado, o primeiro dia desta edição do Torneio de Roland-Garros ficou marcado pelo tributo a Rafael Nadal, detentor de 22 títulos do Grand Slam, dos quais 14 em Roland-Garros, conquistados entre 2005 e 2022. A homenagem ao tenista maiorquino fez jus ao seu legado e emocionou o próprio, família, amigos e muitos fãs que se deslocaram de propósito a Paris. Entre os portugueses que se estrearam a competir na prova, registou-se uma vitória e uma derrota.
Nadal entrou no court Philippe-Chatrier com todos, mas mesmo todos os 15 mil adeptos presentes envergando t-shirts comemorativas, na sua maioria de cor “pó de tijolo” e com a inscrição “Merci Rafa”. Depois desta surpresa preparada pela organização do torneio, Nadal proferiu um emocionado discurso de agradecimento, em francês, inglês e espanhol. De seguida, o campeão espanhol foi presenteado com um troféu único, com a palavra “Lenda” e todos os anos referentes aos 14 títulos gravados, recebeu a visita no court dos três grandes rivais (Roger Federer, Novak Djokovic e Andy Murray) e viu uma laje, imortalizando a sua pegada, ser desvendada com uma vassoura de limpeza das linhas.
“Quando vi, pensei que seria só este ano; quando me disseram que seria para sempre, não consigo descrever a emoção. É uma grande honra. Fiquei emocionado por saber que estaria presente no court mais importante da minha carreira”, disse Nadal.
Mesmo antes, Lorenzo Musetti (7.º no ranking mundial) avançou para a segunda ronda após derrotar o alemão vindo do qualifying, Yannick Hanfmann (132.º), por 7-5, 6-2 e 6-0. “Foi ainda mais difícil entrar no court sabendo que depois do meu encontro iria haver uma grande homenagem ao Rafa, que foi uma inspiração para mim. Rei da terra batida. Ele precisa de todo o amor que vai receber. Estou muito feliz por ele e realmente ansioso pela cerimónia. O Rafa é uma inspiração. Provavelmente a palavra que mais define o Rafa é guerreiro, lutador. Mostrou-o especialmente aqui ao ganhar 14 vezes… às vezes até dizer isso é ridículo. A sua mentalidade, atitude e ética de trabalho fazem dele, provavelmente, um dos maiores atletas do nosso desporto. Ele é um ícone. Representa tudo o que o ténis significa para mim”, disse Musetti, um dos tenistas com melhores resultados nesta época de terra batida: finalista em Monte-Carlo e semi-finalista em Madrid e Roma.
Tommy Paul (12.º) e Frances Tiafoe (16.º) no quadro masculino e Aryna Sabalenka (1.ª), Jasmine Paolini (4.ª), Qinwen Zheng (7.ª) e Elina Svitolina (13.ª) na prova feminina, também avançaram para a segunda ronda.
O encontro entre Nuno Borges (41.º) e o francês Kyrian Jacquet (151.°) começou a uma hora tardia, por causa da chuva que interrompeu a jornada, e foi o último a terminar com a vitória do número um português, por 3-6, 6-7 (3/7), 6-4, 6-3 e 6-3, ao fim de mais de três horas e meia de jogo, marcado pelo baixo aproveitamento de break-points de Borges nas duas primeiras partidas: dois em nove.
Depois de, pela primeira vez, ganhar um encontro após ceder os dois sets iniciais, Borges vai defrontar o vencedor do duelo entre Casper Ruud (8.º) e Albert Ramos-Vinolas (251.º), que se disputa esta segunda-feira.
Eliminado ficou Jaime Faria (115.º), que acusou a falta de ritmo devido à lesão que só lhe permitiu realizar três encontros desde final de Fevereiro e cedeu diante do norte-americano Jenson Brooksby (165.º e ex-33.º), pelos parciais de 6-1, 3-6, 6-3 e 6-2.
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