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Busto de Jim Morrison que estava no seu túmulo encontrado por acaso 37 anos depois | Música

O busto de mármore branco que em 1981 foi colocado sobre o túmulo de Jim Morrison, o vocalista dos The Doors, no cemitério Père-Lachaise, em Paris, foi reencontrado 37 anos depois do seu desaparecimento. A descoberta, casual, emergiu no âmbito de uma investigação policial relacionada com fraude e crimes financeiros, e os responsáveis do cemitério, local de peregrinação para muitos amantes da cultura atraídos pelas sepulturas de figuras emblemáticas como Edith Piaf, Chopin ou Oscar Wilde, ainda não sabem se a escultura lhes será restituída.

Esta incógnita quanto ao futuro do busto foi partilhada com o diário francês Le Figaro na segunda-feira, depois de a Polícia Judiciária francesa ter anunciado uma “descoberta insólita” através das suas redes sociais. Numa nota acompanhada de emojis de um microfone e estrelas, as autoridades anunciaram que o busto, um símbolo emblemático para os fãs do cantor”, foi encontrado no âmbito de uma investigação da Brigada Financeira e Anti-Corrupção da Direcção da Polícia Judiciária da Prefeitura de Polícia, sob a égide do Ministério Público de Paris.

O busto, que aparece na publicação da polícia, aparenta não estar muito diferente do aspecto que tinha quando foi roubado por desconhecidos do cemitério parisiense. São visíveis o nariz partido, os escritos dos fãs, as manchas de tinta, agora acrescidos de uma etiqueta que assinala tratar-se de um bem apreendido.



Esculpido em mármore branco pelo artista croata Mladen Mikulin, o busto foi colocado sobre o túmulo de Morrison, que morreu aos 27 anos num apartamento em Paris a 7 de Julho de 1971, uma década depois do desaparecimento do músico e poeta norte-americano. Até Maio de 1988, quando foi subtraído do cemitério onde tantos vultos da cultura francesa e mundial se encontram sepultados (de Honoré de Balzac a Maria Callas, de Auguste Comte a Molière, passando por Jean-François Lyotard, Sarah Bernhardt ou Amedeo Modigliani), foi um dos grandes símbolos do Père-Lachaise. A imagem encheu postais vendidos em lojas de recordações para turistas e as fotografias dos fãs em celebração da vida de Morrison, bebendo, fumando e cantando junto ao túmulo, tornaram-se parte do culto ao ícone dos anos 1960 e 70. O nariz da escultura terá sido partido por desconhecidos em busca de uma recordação mais palpável.

Em torno do roubo do busto, muitas teorias emergiram. Algumas estão documentadas, como recorda o Le Figaro, no livro La Vie Secrète d’un Cimetière (2022) de Benoît Gallot, conservador-chefe do Père-Lachaise. Uma figura montada numa motorizada terá entrado no cemitério durante a noite e arrebatado o busto? Dois fãs terão confessado sob anonimato (foram apelidados de “x” e “y”) à revista francesa Globe, citada depois pela edição francesa da Vanity Fair, que roubaram o busto de 128 quilos? A própria gestão do Père-Lachaise teria decidido retirá-lo e armazená-lo em local desconhecido para fins de preservação? Afinal, o túmulo de Morrison, poeta, escritor e cantor, é “a Mona Lisa” do Père-Lachaise, o mais visitado e aquele que atrai multidões.

O facto de o busto ter agora sido encontrado numa operação policial pode ajudar a desmentir esta tese, embora pouco se saiba sobre o alvo da investigação e o local onde foi descoberto. Já no seu livro Gallot ajudava a desmontar esta última teoria da conspiração, após ter investigado in loco. “Posso atestar que esta última teoria é falsa: não existe nenhum vestígio do busto num lugar secreto, excepto uma versão de substituição” da escultura, que foi “arquivada ilegitimamente na década de 1990”, uma espécie de cópia que o próprio conservador viu com os seus olhos – “estava no meu escritório quando tomei posse do cargo”, escreveu.

Em busca de mais detalhes, o Figaro obteve apenas uma declaração do Ministério Público de Paris em que este se congratula pela “descoberta afortunada”. Gallot disse ao mesmo jornal que o cemitério não foi ainda contactado pela polícia. “Não sei se o busto nos será devolvido.” A agência France-Presse tentou também apurar sobre mais a investigação no âmbito da qual o busto emergiu inesperadamente, mas só conseguiu confirmar que os agentes estão a tentar deslindar um caso de fraude.

A família de James Douglas Morrison, que sempre quis o busto sobre a sepultura, disse à revista Rolling Stone, através de um representante, que soube da recuperação da efígie através dos órgãos de informação e que é “gratificante” saber do seu paradeiro.



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