Os Estados Unidos são o maior mercado mundial de calçado, importando anualmente quase dois mil milhões de pares, que correspondem a valores próximos dos 26 mil milhões de dólares (24,9 mil milhões de euros).

A China é o seu maior fornecedor, com uma quota próxima dos 60% (o equivalente a 1,2 mil milhões de pares), seguida de Vietname (23%) e Indonésia (6%).

Já para Portugal, os Estados Unidos são o quinto mercado de destino das exportações portuguesas de calçado, que duplicaram, na última década, para aproximadamente 100 milhões de euros no ano passo.

“Ainda que já exportemos mais de 90% da sua produção para 170 países, considerados o mercado norte-americano estratégico e a grande aposta da indústria portuguesa de calçado para a próxima década”, considera Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da associação de industriais portugueses do setor (APICCAPS), em comunicado.

“Ainda que o momento seja de alguma indefinição”, reportando-se ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da aplicação de novas taxas alfandegárias, Gonçalves garante que o setor português do calçado “não vai desistir do mercado”.

Pelo contrário, do ponto de vista estratégico, “atendendo que os meios ao nosso dispor não são ilimitados, o esforço de promoção internacional exige uma eficiente aplicação de recursos”, ressalva.

Daí que, no âmbito do Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030, foram selecionadas 145 cidades prioritárias, 30% das quais nos EUA.

“Entre as economias avançadas, os Estados Unidos são o país que oferece melhores perspetivas”, aponta, considerando que  “o setor do calçado tem hoje muito melhores condições para abordar ao mercado norte-americano, nomeadamente na sequência dos investimentos em curso nas áreas da automação e sustentabilidade”.

“Estamos no mercado americano para durar”, remata Paulo Gonçalves, anunciando que o calçado português está de partida para uma nova ofensiva comercial ao mercado norte-americana.

Nos próximos dias, 12 empresas portuguesas participarão na Atlanta Shoe Fair.