Minucioso e apaixonado pelas artes, Jorge Marquez trocou Lisboa há 8 anos por Oleiros depois de uma carreira na cenografia teatral e na publicidade. A pintura também lhe está no sangue, mas a cerâmica e a técnica da filigrana com aço torneado  fundem-se no projeto do momento.

Construiu um jaguar em tamanho real para o museu automóvel e da moda em Málaga, Espanha. Alma de viajante presa à pequena aldeia de Orvalho. O requinte da joalharia também se instalou em Oleiros pelas mãos de um francês que trabalhou para a Cartier. Conheceu a região em férias e decidiu ficar.

Trabalha na antiga escola primária cedida pela autarquia. Vende joias que desenha e produz por preços dos 100 aos 500 euros. Noutra escola desativada em Pisoria há ferro e pedras roladas do rio que desafiam a criatividade de Luís Pinheiro. Do norte para o centro do país, tem um espaço novo onde trabalha e vai abrir um museu no dia 23. 

Aumenta a população, sacode-se a letargia em maio rural no concelho de 10 freguesias com menos de cinco mil habitantes à espera de turistas. Tropeçar em bancos de cortiça na aldeia de Álvaro faz parte da rota que homenageia o mestre já desaparecido. 

A economia local ganha força mas também a riqueza cultural de Oleiros. Na povoação de orvalho, a casa do povo vazia e sem função já é pequena para tamanha obra a legar pelo autor. 

Inacabado, mas em consolidação é o que se pode dizer da rota das artes e ofícios em Oleiros.