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Cartas ao director | Opinião

Afinal havia outro

Declarações de Passos Coelho ao tribunal que julga o caso BES: “Em Maio de 2014, sugeri ao então banqueiro Ricardo Salgado que negociasse com os credores do Grupo Espírito Santo (GES) uma falência ordenada desta entidade.” Afinal, havia um primeiro-ministro com o mesmo nome (Passos Coelho) que sabia do descalabro do grupo BES, mas que empurrou o assunto para a frente com a barriga. Peço desculpa, para as contas do Governo seguinte. Afinal, havia um Presidente da República (Cavaco Silva) que também sabia das maroscas, mas que veio dizer aos portugueses que tudo estava bem com o grupo BES: não havia razão para embarcarmos em alarmismos. Esse Presidente não é certamente a pessoa com o mesmo nome que escreveu depois para os jornais a lançar as culpas para todo o lado, excepto o dele. O nosso alívio é que esse primeiro-ministro e esse Presidente não são as mesmas pessoas que há 10 anos se arvoram em paladinos da justiça e exemplos de seriedade. Só os nomes é que são iguais. Como hoje se diz, a percepção que temos do carácter destas personagens é que é diferente.

Luis Taylor, Porto

O que significa ser professor neste país

Não fiquei nada surpreendido com os resultados de um recente estudo efectuado e divulgado pela Missão Escola Pública. O estudo envolveu 2500 docentes e o resultado poderia ser pior se abrangesse um maior número de professores. De facto, a situação é alarmante e a escola mais se assemelha a um campo de batalha: 60% dos professores sofrem de bullying descarado, com ameaças, perseguições, insultos, desrespeito e 10% sofrem de agressões físicas e verbais, não só da parte de alunos sem o mínimo de educação, mas até dos próprios pais, o que é inadmissível. Não será por isso de admirar que 11% dos docentes (só?) estejam de baixa médica.

Estas situações vividas (e sentidas na pele) pelos professores nas escolas não têm, infelizmente, na esmagadora maioria dos casos, resoluções eficientes e reparadoras. Ademais, os professores sofrem, em muitos casos, coacções e ameaças da parte de elementos da direcção escolar, onde se encontram directores que são autênticos tiranetes, e que, deslumbrados com o exercício do poder que o cargo lhes confere, comprazem-se em exercer certo assédio moral sobre os colegas. O que é confrangedor é verificar que a maioria dos directores das escolas, quando confrontada com as graves situações em que os docentes são as vítimas, não dá resposta satisfatória, não se solidariza nem respalda os docentes vítimas de bullying e de outras malfeitorias, preferindo actuar com paninhos quentes para não melindrar e “traumatizar” os alunos insurrectos. Segundo ainda o estudo, os professores na faixa etária dos 50 a 60 e tal anos são as maiores vítimas de bullying. Por consequência, grassa a impunidade. Pobres professores. Até quando estas situações continuarão a ocorrer?

António Cândido Miguéis, Vila Real

País adiado

Como já nos habituou, Marçal Grilo escreve um artigo “Leiam a Anne Applebaum – reflectindo sobre o momento actual da política em Portugal. Não muito diferente do que se está a passar no mundo. Os dois partidos maiores ainda não se entenderam para discutir os grandes problemas por que passam a Saúde, a Educação e a Justiça, tentando encontrar pactos de regime que a médio e longo prazo permitam obter as soluções de que tanto precisa o país. A situação é muito frágil, pois temos um Governo “muito minoritário” que por si só não consegue resolver os problemas. Em vez de se guerrilharem, tentando encontrar os pontos em que mais divergem para “poderem atirar pedras um ao outro, que nada mais resulta senão em fortalecer uma extrema-direita que já se tornou a terceira força, enquanto do outro lado do quadro partidário se vai notando que esses partidos, a cada eleição, têm uma menor expressão. Também eles acabarão por ser vítimas de eles próprios e Portugal terá cada vez mais adiada a solução para os seus verdadeiros problemas.

António Barbosa, Porto

“Viva o suborno”

Donald Trump, ao suspender a lei que proibia as empresas norte-americanas de subornarem governos estrangeiros, mostrou, de uma forma inequívoca e totalmente clara, o valor que dá à ética e à verdade. É, sem dúvida nenhuma, o capitalismo na sua forma mais selvagem e primitiva. Para Trump vale tudo, mesmo tudo, não tenhamos dúvidas, pois já mostrou por várias vezes, antes e depois da invasão do Capitólio, o seu mau carácter e a sua falta de respeito pela lei. Esperemos que em Portugal tais teorias não contem com o apoio dos portugueses, pois, de outra forma, estaremos a contribuir para a destruição de valores como a lealdade, a autenticidade e a verdade.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

#Cartas #director #Opinião

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